xeque-mate economia / por estéfano barioni

Crescimento

Estéfano Barioni
05/07/2022 às 21:13.
Atualizado em 06/07/2022 às 08:40
O crescimento econômico é o caminho principal para o desenvolvimento e a melhoria das condições de vida (Ilustração)

O crescimento econômico é o caminho principal para o desenvolvimento e a melhoria das condições de vida (Ilustração)

O crescimento econômico é o caminho principal para o desenvolvimento e a melhoria das condições de vida da população. É claro que crescimento por si só não é o bastante e não garante o desenvolvimento. É preciso também que o crescimento seja sustentável, de modo que possa perdurar no longo prazo, e que os seus benefícios sejam razoavelmente bem distribuídos entre a sociedade. Mas o fato é que sem crescimento, não há como existir desenvolvimento.

Projeções

É dentro dessa perspectiva, em que o crescimento econômico é condição necessária para o desenvolvimento, que as projeções da atividade econômica ganham relevância. A partir da medição de dados e da análise da conjuntura econômica nacional e mundial, projeta-se o potencial de crescimento da economia, sinalizando um futuro melhor ou mais difícil.

FRASE

"Na economia, esperança e fé coexistem com grande pretensão científica e também um profundo desejo de respeitabilidade."
John Kenneth Galbraith, economista norte-americano 

Primeiro Trimestre

No primeiro trimestre do ano, o Brasil teve um crescimento econômico relevante, com aumento de 1% no PIB em relação ao último trimestre de 2021. É um valor significativo para um período de três meses. No entanto, o grande impulso desse crescimento foi devido a fatores temporários que não se sustentarão no longo do ano.

Recuperação

O bom crescimento do primeiro trimestre ocorreu especialmente na esteira da recuperação econômica pós-pandemia. Além da reabertura econômica e da normalização do setor de serviços, o primeiro trimestre também foi marcado pela presença de estímulos fiscais e por uma expressiva alta nos preços das commodities. 

Commodities

Os preços das commodities energéticas (petróleo e gás natural), de diversos metais e de muitas commodities agrícolas atingiram níveis próximos das máximas históricas no primeiro trimestre deste ano. Isso ajudou na produção do bom resultado econômico pois o faturamento das empresas exportadoras aumentou, mas por outro lado contribuiu para aumentar a inflação em todo o mundo. 

Alta de Juros

O que deve prevalecer para o segundo semestre são as políticas monetárias contracionistas que começam a ser adotadas nas principais economias do mundo. A elevação das taxas de juros deve refrear a demanda e desacelerar o ritmo de crescimento mundial. Os Estados Unidos já iniciaram a elevação das taxas de juros e o Banco Central Europeu deve fazer o mesmo a partir desse mês. 

Redução

Com a alta de juros e a política monetária contracionista, as projeções para o crescimento mundial vão sendo reduzidas. No começo do ano, o crescimento mundial para 2022 estava sendo projetado para 4,5%. Agora essa projeção já foi reduzida para 3%, nível que é sustentado em grande parte pelos estímulos que a China mantém para a sua economia. Para o ano de 2023, as projeções já foram reduzidas para abaixo de 3%. 

Cobre

Um bom termômetro da atividade mundial é o preço do cobre. O metal é largamente utilizado em todas as instalações e equipamentos elétricos (de motores a geradores) e por isso é fortemente demandado em períodos de crescimento da atividade, quando mais equipamentos são construídos e instalados e existe expansão da estrutura produtiva. Com mais demanda, o preço do cobre tende a subir. 

Cobre 2

O cobre caiu ao menor valor dos últimos 12 meses, influenciado pela menor perspectiva de crescimento econômico e, portanto, menor demanda por cobre. No começo de março, os futuros de cobre estavam sendo negociados a US$ 5,01, seu máximo histórico. Atualmente os futuros de cobre estão sendo negociados a US$ 3,51. Isso representa uma queda de 30% em apenas três meses. 

Desaceleração

O que mudou nesse período foram as previsões de crescimento mundial, ocorrendo uma transição entre a confiança na recuperação econômica verificada no ano passado para um pessimismo e temor de retração na atividade produtiva. Pelas projeções, a atividade econômica deve desacelerar e o crescimento do PIB ficará abaixo de 1% neste ano.
 

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