Crédito (Divulgação)
As mais recentes estatísticas do setor de crédito mostram uma estabilidade no volume do setor se considerarmos o crédito ampliado, que além de empresas e pessoas físicas também engloba o financiamento do governo, e uma leve contração se considerarmos apenas as operações de crédito do sistema financeiro nacional (SFN). O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$ 16,2 trilhões em janeiro, o que representa 147,6% do PIB brasileiro.
Crédito Ampliado
O crédito ampliado soma todas as operações de crédito para os setores público (governo) e privado (pessoas físicas e empresas), incluindo as operações realizadas a partir do sistema financeiro nacional e também a emissão de títulos de dívida, públicos e privados. A estabilidade no crédito ampliado em janeiro, ocorreu especialmente por conta da diminuição do saldo dos títulos de dívida pública (-1,9%), compensada por uma elevação na dívida externa (+2,9%).
FRASE
"Aquele que engana sempre encontrará os que se deixam enganar
Maquiavel, filósofo italiano
Crédito Ampliado 2
Do saldo total de R$ 16,2 trilhões, o crédito ampliado às empresas ficou em R$ 5,6 trilhões (51% do PIB), com expansão de 6,1% em doze meses que reflete especialmente o aumento da emissão de títulos de dívidas corporativos (as debêntures). O crédito ampliado às famílias ficou em R$ 3,8 trilhões (35% do PIB), crescendo 10,3% em doze meses. O maior usuário do crédito ampliado é o governo com R$ 6,8 trilhões (62% do PIB) e crescimento de 11,3% em doze meses.
SFN
No Sistema Financeiro Nacional, o saldo de crédito chegou a R$ 5,8 trilhões em janeiro, com alta de 7,6% em doze meses. Desse saldo, 59% se referem a operações com recursos livres, em que o tomador do crédito pode utilizar livremente os valores emprestados, e 41% se referem a operações com recursos direcionados, emprestados dentro de programas com finalidades específicas como, por exemplo, o crédito habitacional ou o crédito rural.
Pessoas Físicas
Para as pessoas físicas, o estoque de crédito demandado através do SFN ficou em R$ 3,6 trilhões, sendo 55% deste montante na modalidade de recursos livres, com destaques para o cartão de crédito e os empréstimos de crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS, e 45% na modalidade de recursos direcionados, onde os financiamentos imobiliários têm a maior participação.
Empresas
Para as empresas, a participação de créditos com recursos livres é maior, correspondendo a 64% do total do estoque de crédito tomado por empresas. Nessa categoria, possuem destaque as modalidades de desconto de duplicatas e recebíveis e também o cartão de crédito corporativo. Os outros 36% estão na categoria de recursos direcionados, com crescimento no crédito rural.
Taxa de Juros
A taxa média de juros para novas contratações de crédito no SFN ficou em 28,1% ao ano em janeiro, com leve redução em relação a dezembro. Considerando apenas o crédito com recursos livres, a taxa média de juros está em gigantescos 40,3% a.a. Para as pessoas físicas, a taxa média de juros em janeiro foi de 52,4% ao ano, enquanto para as pessoas jurídicas, a taxa média foi de 22,2% ao ano.
Inadimplência
O endividamento das famílias alcançou 48% e o comprometimento de renda atingiu 26,1%, ambos parâmetros apresentando uma leve redução em relação ao mês anterior. A taxa de inadimplência do crédito total atingiu 3,3% em janeiro, com leve aumento em relação ao mês anterior. A taxa de inadimplência das pessoas jurídicas ficou em 2,6% e a das famílias em 3,7%.
Custo de Crédito
A taxa básica de juros foi reduzida em 2,5 pontos percentuais nos últimos doze meses, passando de 13,75% para os atuais 11,25% ao ano. No entanto, o Indicador de Custo de Crédito, que mede o custo médio de todo o crédito no sistema financeiro, caiu apenas 0,2 pontos percentuais nesse período, terminando janeiro com uma taxa de 21,8% ao ano. O spread bancário das novas contratações continua elevadíssimo, penalizando os tomadores de crédito.