XEQUE-MATE DA ECONOMIA

Conjuntura Externa

Estéfano Barioni
03/04/2024 às 16:07.
Atualizado em 03/04/2024 às 16:07

Economia Mundial (Divulgação)

Em um momento em que observamos cautelosamente os rumos da economia global, rumos esses que têm sido marcados por uma desinflação gradual, mas ainda com núcleos inflacionários resistindo acima das metas estabelecidas, um mercado de trabalho fortemente aquecido e euforia nos mercados financeiros relacionados à alta tecnologia, a economia brasileira encontra-se em uma encruzilhada de oportunidades e desafios.

Influência

As recentes tendências internacionais, que englobam desde a resiliência da atividade econômica nas grandes economias, com destaque para o bom desempenho do mercado de capitais nos Estados Unidos e na Europa, até as incertezas em torno do crescimento econômico chinês, traçam um cenário de dúvida que pode influenciar a economia brasileira, inclusive no que tange ao controle da inflação no Brasil.

FRASE

"O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia a dia

Robert Collier, escritor norte-americano

Pressões
Embora a inflação global siga em queda, o processo de desinflação é heterogêneo e ainda não foi concluído. Importantes economias, como as dos Estados Unidos e da Zona do Euro, ainda lidam com índices inflacionários acima de suas metas, uma realidade que evidencia a persistência de pressões inflacionárias, especialmente nos preços de serviços, em um ambiente de mercados de trabalho tensionados. 

Juros
Este cenário indica que a política monetária nessas economias deve permanecer restritiva (ou seja, com juros elevados) por mais tempo do que inicialmente antecipado, a fim de assegurar a convergência da inflação para as metas estipuladas. Este panorama internacional tem implicações diretas sobre a economia brasileira, sobretudo no controle da inflação.

Efeitos
A manutenção de uma política monetária restritiva nas economias centrais tende a impactar o fluxo de capital e as taxas de câmbio em economias emergentes, incluindo o Brasil. Adicionalmente, a incerteza em relação ao ritmo de crescimento da atividade econômica chinesa adiciona uma camada extra de risco, considerando-se a China como um dos principais parceiros comerciais do Brasil e um motor significativo da demanda por commodities.

Incerteza
A situação é ainda mais complexa quando consideramos a incerteza quanto ao início do processo de flexibilização monetária nas economias centrais. A expectativa em torno da redução das taxas de juros tem o potencial de influenciar os movimentos de capital global e afetar a volatilidade dos mercados financeiros. Para o Brasil, um país que tem lutado para manter sua inflação sob controle, essas dinâmicas externas elevam a incerteza, ou seja, elevam o risco.

Dólar
Por um lado, a desaceleração da inflação global pode ajudar a aliviar pressões inflacionárias internas, especialmente se acompanhada por um enfraquecimento na cotação das commodities e outras matérias-primas. Por outro lado, a manutenção de taxas de juros elevadas em economias centrais pode atrair capital para esses mercados, potencialmente desvalorizando o real e pressionando a inflação por meio de preços mais altos de importados e insumos cotados em dólar.

Equilíbrio
Nesse contexto, a política econômica brasileira deve ser estrategicamente calibrada. A atuação do Banco Central no manejo da taxa Selic, a taxa básica de juros, deve levar em consideração não apenas as condições domésticas, mas também o cenário econômico global. A gestão cuidadosa da política monetária equilibra-se entre o controle da inflação interna e o impacto das dinâmicas externas.

Crescimento
O Brasil deve aproveitar esse momento para avançar reformas estruturais que fortaleçam a economia e aumentem sua resiliência a choques externos. Isso inclui reformas tributária e administrativa, melhorias na infraestrutura e no ambiente de negócios, e investimentos em educação e tecnologia, buscando não apenas o controle da inflação, mas também o fortalecimento das bases para um crescimento econômico robusto e sustentável.

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