Luiz Eduardo Horta, advogado (DIVULGAÇÃO)
Os carros são parte indissolúvel das recordações que habitam as lembranças felizes de algumas gerações. Hoje, trocados pelas viagens on-line, parece não suscitarem tanta magia. A minha geração tinha nos automóveis o maior ícone. Alimentavam sonhos, ilusões, conquistas. Eram o trampolim para o estudo, o aprimoramento profissional. O carro e a casa própria. Como demorava a chegar a maioridade. Dezoito anos, a chave do paraíso. Habilitação, bailes, cinemas, viagens. Tudo de uma vez. Muitos sucumbiram diante de tantos “direitos”. Outros aprumaram-se. A vida é assim. Durante ela procura-se tanto, embora tenhamos a certeza da insensível força do tempo. Da parte da minha alma que revive e trilha lembranças, comparo-me aos veículos. De tico-tico até uma Ferrari, já senti-me. Hoje sou um fusca remendado de arame, com o motor 1.300 falhando aqui e acolá, mas disposto a lutar de Norte a Sul por meu País. Afinal, depois de tanto procurar, o melhor é achar o que deixar para os que ainda terão lembranças tão boas quanto eu. E um mundo melhor! Luiz Eduardo Horta, advogado, Valinhos.