Eduardo Augusto da Silva trocou a atividade de motoboy pela de cabeleireiro autônomo: "Como MEI, pelo menos, a gente tem aposentadoria” (Rodrigo Zanotto)
A ascensão do número de Microempreendedores Individuais (MEIs) em Campinas é notável, um reflexo claro da dinâmica econômica e social que atravessamos. Segundo dados recentes divulgados pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), o contingente de MEIs praticamente dobrou nos últimos cinco anos, alcançando a marca expressiva de 122.751 empreendedores individuais. Tal crescimento não ocorre em um vácuo, mas é um fenômeno multifacetado, onde se destacam, principalmente, os motivos ligados ao empreendedorismo por necessidade.
A crise desencadeada pela pandemia de covid-19 agravou a situação, empurrando muitos indivíduos para o empreendedorismo como alternativa de sustento. Neste cenário, os MEIs têm emergido em uma variedade de setores, desde promoção de vendas até transporte rodoviário de carga, demonstrando a diversidade e a resiliência desses empreendedores frente às adversidades. Entretanto, é preciso reconhecer que o caminho é árduo. Estatísticas mostram que os MEIs têm a maior taxa de mortalidade entre os pequenos negócios, com quase um terço encerrando suas atividades após cinco anos. O que se evidencia como causa principal são as lacunas no preparo pessoal e na capacitação prévia. Muitos ingressam nesse universo por necessidade, sem o devido planejamento ou embasamento técnico, o que os torna vulneráveis às vicissitudes do mercado. É nesse contexto que iniciativas como a "Jornada Empreendedora", promovida pela Acic, ganham destaque e importância. A oferta de consultoria empresarial, abordando temas como gestão empresarial e marketing digital, é um passo significativo na direção certa. Capacitar esses empreendedores, fornecendo-lhes ferramentas e conhecimentos essenciais para o sucesso de seus negócios é um investimento no tecido econômico e social de Campinas.
No entanto, é fundamental que esse apoio não se restrinja a eventos pontuais. A continuidade dos esforços de capacitação, monitoramento e networking é crucial para garantir que os MEIs não apenas sobrevivam, mas prosperem em seus empreendimentos. É necessário um compromisso contínuo com o desenvolvimento desses empreendedores, fornecendo-lhes as ferramentas e o suporte necessários para enfrentar os desafios do mercado com resiliência e eficácia.
Em última análise, o sucesso não é apenas uma questão econômica, mas também uma questão de justiça social e desenvolvimento sustentável. Capacitá-los é investir no futuro de Campinas, promovendo o crescimento econômico inclusivo e a construção de uma comunidade empresarial vibrante e resiliente.
