Taça da Copa do Brasil (Lucas Figueiredo/CBF)
No próximo ano serão 92 clubes na disputa dos prêmios milionários da Copa do Brasil, o atalho mais rápido para uma vaga na Copa Libertadores da América. Ponte Preta e Guarani estão excluídos. Não existe vilania por parte da CBF. Zero. Foi a incompetência dos dirigentes locais que acarretou essa situação. E, pelas declarações recentes, não há como esperar uma melhoria.
Desleixo com o estadual
Com a mudança dos critérios de classificação, o campeonato estadual ganhou relevância. Esse é o espaço para a disputa da vaga. E o que a Ponte Preta fez nos últimos dois anos? Em 2022 caiu de divisão e foi campeã na Série A2, mas a conquista não traz nenhum benefício prático. Quanto ao Guarani, a preocupação com o rebaixamento dizimou qualquer ambição.
FRASE
"Estamos juntos em 2024"
Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza, sobre a permanência de Vojvoda
Queda
A ausência do Guarani na Copa do Brasil é um reflexo do seu rendimento em outros campeonatos. Em sete edições de Série B, a equipe somou 358 pontos no total e tem uma média anual de 51,14 pontos. Ou seja, rendimento de equipe intermediária. Como pode sonhar com Copa do Brasil? Impossível.
Decepção
Até hoje, dos 14 turnos e returnos que participou na Série B, em três a equipe ficou com uma das quatro piores campanhas. No returno de 2017, o time ficou com 16 pontos e só não caiu por causa dos 28 pontos acumulados por Vadão no turno inicial. Em 2019, a equipe foi a última colocada do primeiro turno, com 16 pontos. Conseguiu a redenção com Thiago Carpini no turno decisivo. No ano passado, o turno inicial mostrou o Alviverde com 18 pontos e no Z-4. Com tamanha irregularidade, como pensar em participação contínua na Copa do Brasil, seja qual for o método de classificação? Difícil ter esperança.
Solitário
Nestes 14 turnos disputados, em apenas uma oportunidades, após 19 jogos, o Guarani terminou entre os quatro primeiros. Foi no ano passado, quando a reformulação feita por Rodrigo Pastana e executada pelo técnico Mozart deixou o time na terceira posição do returno com 33 pontos. Foi um sonho de uma noite de verão.
Vergonhas
A ausência da Ponte Preta na Copa do Brasil pode ser até um alívio. Nas duas últimas edições, as recordações não são agradáveis. Em 2022, a equipe tinha demitido recentemente o técnico Gilson Kleina e Ivo Secchi não conseguiu evitar a derrota para o Cascavel-PR por 1 a 0. No ano seguinte, após vencer o Fluminense do Piauí por 4 a 0, o time treinado por Hélio dos Anjos foi derrotado pelo Brasil de Pelotas por 2 a 0.
Ausência
Em uma situação calamitosa do ponto de vista financeiro, a exclusão na Copa do Brasil é uma opção a menos para buscar uma saída financeira para a Macaca cumprir seus compromissos.
Recordação
A última participação pontepretana aceitável na competição foi em 2020. Na ocasião, a Macaca eliminou o Novo Hamburgo-RS, vitória por 2 a 1, passou pelo Vila Nova-GO ao empatar sem gols e vencer nos pênaltis por 5 a 4, goleou o Afogados-PE por 5 a 0 no agregado e sucumbiu na quarta fase diante do América-MG.
Prejuízo
Se não bastasse a ausência da Copa do Brasil no calendário e a falta de recursos robustos para contratar, a dupla campineira pode contabilizar um prejuízo duplo no Paulistão. Primeiro, os jogos contra equipes gigantes e com torcida única. Ou seja, não há oportunidade de cobrar ingressos caros dos torcedores visitantes. E a cereja (estragada) do bolo: a ausência do dérbi, que, bem ou mal, mexe com a cidade e traz renda. Que ninguém esqueça: foram os dirigentes que produziram todo este pastelão.
Novos parâmetros
No passado, os clubes de Campinas ficavam ligados nas movimentações das equipes da capital e na direção definida pelo Santos. Ponte Preta e Guarani buscavam o mercado alternativo, projetaram valores das categorias de base e mobilizaram suas torcidas. Sim, os tempos mudaram. A preocupação de Guarani e Ponte Preta é em relação às contratações de Botafogo-SP, Mirassol, Novorizontino e Ituano, seus concorrentes na Série B e no Paulistão. E produzirá mentira aquele que disser em alto e bom que não se importa com esses clubes. Sem medo de errar, dá para afirmar que a dupla campineira está atrás desses concorrentes. É preciso reagir. Urgente.
Elias Aredes, interino