Câmbio

A taxa de câmbio é um dos parâmetros mais voláteis da economia. Em uma economia de taxa de câmbio livre, como é o caso do Brasil, os valores de troca das moedas estrangeiras em relação à moeda interna variam de maneira intensa, oscilando com elevada frequência em um curto espaço de tempo, caracterizando o que chamamos de comportamento volátil.

Volatilidade

Na física, a volatilidade é uma propriedade que indica a facilidade com que uma substância líquida passa ao estado gasoso. Por exemplo, a gasolina é mais volátil do que o azeite. As moléculas de gasolina passam do estado líquido para o estado de vapor com muita facilidade, e um sinal disso é que sentimos o cheiro de gasolina à distância. Se estivermos diante de um copo com gasolina e de outro copo com azeite, só iremos sentir o cheiro da gasolina, que é mais volátil.

FRASE

“A indústria alemã perdeu o acesso à energia russa barata e, portanto, perdeu sua vantagem competitiva".

Robin Brooks, economista chefe do Instituto de Finanças Internacionais

Volatilidade 2

Em finanças, a volatilidade é um indicador que mede a intensidade e a frequência das variações de um ativo em torno de seu valor médio. Ou seja, mede a facilidade com que um ativo muda de valor. Se um ativo financeiro qualquer (como um título, uma ação ou uma moeda) tem o seu valor variando com intensidade, para cima e para baixo, dentro de um curto espaço de tempo, esse é um ativo volátil. 

Fluxos

No caso das moedas, a taxa de câmbio costuma ser altamente volátil, pois o seu valor depende dos fluxos de entrada e saída de moeda. Ou seja, depende da oferta e demanda de moeda estrangeira. E os fluxos de entrada e saída de moeda dependem tanto das condições econômicas internas como das condições externas. Assim, existem mais fatores afetando diretamente os preços de equilíbrio que formam as taxas de câmbio, por isso seus valores são mais instáveis. 

Entrada

Qualquer fator que favoreça uma maior entrada de moeda estrangeira no país, faz o Real valorizar. Desde o aumento das taxas de juros internas, aumentando a atratividade da renda fixa brasileira, até a alta do preço internacional das commodities exportadas pelo Brasil, o que aumenta o valor das exportações e o volume de entrada de recursos internacionais em nosso país. 

Saída

Por outro lado, os fatores que favorecem saída de recursos (ou simplesmente diminuem a entrada deles) fazem o Real se desvalorizar. Como exemplo, pode-se citar o aumento das taxas de juros no exterior, atraindo recursos para fora, eventuais quebras de safra no Brasil, diminuindo o montante exportado, ou mesmo o aumento da percepção de risco na economia brasileira, o que afasta investidores internacionais. 

Valorização

O Real está em um momento de valorização frente ao Dólar e ao Euro. Os principais motivos são o elevado nível das nossas taxas de juros (atraindo recursos internacionais para títulos brasileiros), o alto nível de preço de algumas commodities exportadas e a expectativa de baixo crescimento econômico nos Estados Unidos e, especialmente, na Europa. 

Valorização 2

Mas a volatilidade é muito grande. O Dólar começou o ano cotado a R$ 5,68. No começo de abril, a cotação chegou a R$ 4,59. Voltou a subir a alcançou R$ 5,16 no começo de maio, para depois retornar a R$ 4,73 no final daquele mesmo mês. Depois, começou outro movimento de alta e alcançou R$ 5,50 na última semana de julho. E agora um novo movimento de queda, trazendo o dólar para a faixa atual em torno de R$ 5,10. E isso sem falar nas variações diárias. 

Dólar e Euro

Colocando as variações em perspectiva, é possível identificar grandes movimentos. Um destes que, já havia sido identificado aqui nessa coluna, é a valorização do Dólar frente ao Euro por conta da delicada situação econômica no velho continente. Nessa semana, pela primeira vez desde 2002, ano em que o Euro passou a circular fisicamente, o Dólar está valendo mais do que a moeda Europeia. É um marco histórico e uma situação que não deve se reverter tão cedo.