editorial

Bom resultado na política de arrecadação

Do Correio Popular
14/06/2022 às 20:52.
Atualizado em 15/06/2022 às 08:18
A Prefeitura de Campinas registrou um excelente desempenho na arrecadação de impostos nos primeiros cinco meses do ano (Divulgação)

A Prefeitura de Campinas registrou um excelente desempenho na arrecadação de impostos nos primeiros cinco meses do ano (Divulgação)

No tempo em que Israel era um território dominado pelo antigo Império Romano, havia três tipos de impostos exigidos da população judaica: o imposto sobre a terra, per capita e as taxas alfandegárias. Como se observa, passados mais de dois mil anos, a espinha dorsal da cobrança de tributos permanece a mesma. Esses impostos eram coletados e recolhidos aos cofres imperiais de Roma, que havia conquistado a Terra Santa em 63 a.C. Os chamados coletores - ancestrais dos atuais auditores fiscais - eram pessoas odiadas pelos judeus. Os chamados publicanos - responsáveis pela arrecadação de taxas, tributos e impostos no âmbito da Antiga Roma Imperial -, eram detestados e desprezados pelo povo de Deus em quase todas as religiões abraâmicas, dado que o imposto era considerado um roubo, o que violaria diretamente um dos "Mandamentos Divinos" mais sagrados escritos no Livro do Êxodo (20:15): "Não roubarás".

O próprio Jesus Cristo, segundo as escrituras, refere-se aos coletores de impostos com desprezo, ao mencionar que se um seguidor do Evangelho for um pecador incorrigível, deveria ser tratado como se fosse um gentio (aquele que professa o paganismo; idólatra) e publicano. Ainda assim, mesmo sendo pecadores desprezíveis, Jesus andava na companhia deles para ajudá-los a se converterem. Dessa forma, Jesus conseguiu convencer Mateus, um coletor de impostos do Império Romano, a abandonar o ofício, na percepção da época, arrependendo-se de seus pecados e devolvendo o que havia "roubado" ou "confiscado" do povo judeu. Esses relatos servem para demonstrar que, historicamente, a cobrança de impostos é um assunto indigesto, polêmico e complexo até os dias de hoje.

Não obstante, o processo civilizatório lapidou o sistema de tributos, tornando-o mais justo ou menos injusto e direcionado, preferencialmente, à distribuição de renda e financiamento de serviços públicos, bem longe da característica usurpadora que a caracterizava naqueles tempos remotos. Nesse sentido, a notícia de que a Prefeitura de Campinas registrou um excelente desempenho na arrecadação de impostos nos primeiros cinco meses do ano, em comparação a 2019, é bastante alvissareira e prova que o prefeito Dário Saadi apostou corretamente na opção de lançar o programa de regularização fiscal em 2021. Outrora odiado pelo antigo povo judeu, o produto da arrecadação fiscal é importante para a manutenção dos serviços públicos hodiernamente, como a saúde e educação, e investimento nas políticas públicas sociais de distribuição de renda.
 

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