No período de janeiro a agosto deste ano, as indústrias da região de Campinas acumularam R$ 13 bilhões em exportações, o que corresponde a um crescimento de 29,7% em comparação aos R$ 10,1 bilhões do mesmo período de 2021 (Gustavo Tilio)
A incerteza que paira no cenário regional a respeito da capacidade da indústria de se manter firme na atual tendência de elevação das exportações parece dissiparse. Sinais consistentes de estabilidade aumentam o nível de confiança do mercado e deixam os analistas otimistas com relação a uma plena recuperação da atividade industrial na Região Metropolitana de Campinas. Os números revelados pela pesquisa do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) mostram que o país vive um momento econômico positivo, com características de um ciclo virtuoso, uma vez que 71% das companhias pesquisadas indicaram que pretendem investir na atualização do maquinário de suas plantas industriais ou adquirir novos equipamentos.
Os dados da pesquisa do Ciesp revelam que 86% das empresas estão com o volume de produção estável ou em alta, permitindo a elas manter e até ampliar o quadro de funcionários. Outra informação alvissareira é a que sinaliza uma queda no índice de inadimplência em 93% das companhias abrangidas pela sondagem industrial, mantendo o potencial de manufatura acima de 50%. Obviamente, os empresários torcem para que o conflito bélico entre a Rússia e Ucrânia se encerre e a situação de instabilidade inflacionária nos Estados Unidos se normalize, reduzindo a pressão sobre a subida dos juros e da moeda norte-americana. Acaso essa onda de recuperação econômica, detectada no último levantamento do Ciesp, encontre um terreno fértil para continuar evoluindo, seria possível crer na ultrapassagem definitiva da fase aguda da derrocada financeira resultante da pandemia? Segundo os analistas do setor, a resposta é sim, dado que as indústrias da região de Campinas registraram exportações de US$ 369,1 milhões (R$ 1,98 bilhão) em agosto, o melhor desempenho dos últimos 32 meses, o que é ótimo.
Embora a balança comercial continue pendendo para o lado das importações em detrimento das exportações - o que é característico do perfil fabril regional, preponderantemente voltado à produção de itens sofisticados e complexos e que requer a importação de matérias-primas - o aumento no volume de compras no exterior evidencia o aquecimento das linhas de montagem industriais em curso na região. A economia não vive somente de racionalismo e cálculos financeiros. O fator otimismo também tem o seu peso. Ele é o combustível que retroalimenta a confiança, atributo fundamental à retomada do desenvolvimento econômico.
