EDITORIAL

Benefícios das áreas verdes na periferia

Do Correio Popular
10/09/2022 às 07:15.
Atualizado em 10/09/2022 às 07:15
"Locais públicos, com aparelhos adequados, segurança e facilidade de acesso, transformam-se em academias ao ar livre" (Divulgação)

"Locais públicos, com aparelhos adequados, segurança e facilidade de acesso, transformam-se em academias ao ar livre" (Divulgação)

Os parques urbanos trazem um impacto socioeconômico, ambiental e estético relevante ao desenvolvimento das cidades. Eles desempenham um papel importante de inclusão em comunidades periféricas, de forma a reduzir as tensões resultantes da inexistência desses espaços públicos organizados. A falta desses equipamentos nos bairros resulta em processos de degradação, movidos por ocupações irregulares, esgotos ao ar livre, desmatamento ilegal e outros desequilíbrios decorrentes desse problema. O anúncio da construção de três áreas de lazer nos distritos do Ouro Verde, Campo Grande e Barão Geraldo é uma ótima notícia. As obras vão beneficiar 290 mil pessoas, que carecem de ambientes gratuitos para diversão, proporcionando um ganho em qualidade de vida à população. O contato com a natureza estimula as ações esportivas, melhorando a saúde dos bairros em seu entorno. A lista de benefícios é extensa e inclui vantagens psicológicas, sociais e físicas, reduzindo o sedentarismo e o estresse.

O sobrepeso e as doenças crônicas, como pressão alta e diabetes, podem ser evitados com a prática regular de exercícios. Locais públicos, com aparelhos adequados, segurança e facilidade de acesso, transformam-se em academias ao ar livre. Estudos associam as áreas verdes a atividades físicas. A proximidade do parque com a moradia é capaz de estimular a frequência do local, somada, é claro, à sua boa conservação. Outros dois fatores que ajudam a atrair o público é a boa infraestrutura e existência de atividades programadas no local, como aulas de alguma modalidade de treinamento físico, por exemplo.

Com a previsão de entrega dessas obras para 2025, é grande a expectativa dos moradores dessas regiões densamente povoadas e carentes de opções de entretenimento. Um dos bosques abrangerá 30 mil moradores do Jardim Bassoli, no Campo Grande, localizado a 26 quilômetros do Centro, distância que leva em torno de 1h50 para ser percorrida de ônibus. O novo parque contará, entre as principais atrações, com uma lagoa de 10 mil m², que será criada a partir de uma nascente existente no local. Além dos ganhos em bem-estar social e físico, esses parques públicos vão contribuir para minimizar os prejuízos causados por uma expansão urbana fragmentada e dispersa, que segregou amplos territórios do tecido social campineiro por décadas, o que acabou isolando parte dos habitantes, especialmente os das regiões sul, sudoeste e nordeste de Campinas, as mais populosas da cidade. Lazer e saúde para todos.

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