Eliel é a esperança de gols da Ponte Preta nas últimas rodadas (Marcos Ribolli/Ponte Press)
Se os times campineiros fracassarem em seus objetivos na Série B do Brasileiro, poucos torcedores e formadores de opinião podem imaginar as consequências terríveis para o futebol da cidade. Com o Guarani permanecendo na Série B e a Ponte Preta disputando a Série C, a perda de dois dérbis no calendário representará um golpe, tanto na parte técnica como na financeira.
Perda de tudo
Se o Guarani conseguir o acesso, dá para dizer com tranquilidade que a ausência de dois clássicos locais seria compensada com a chance de disputar jogos com os gigantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Já a Ponte Preta, em novo ano na B, pelo menos teria a cota de televisão de 10 milhões. Se o cenário se confirmar, o Guarani joga a Série B sem a visibilidade do dérbi e a Ponte Preta jogará a terceirona com a obrigação de subir e sem recursos.
FRASE
"Perder uma final não nos torna fracassados, tudo é aprendizado, e iremos nos fortalecer e voltar mais fortes.”
Do atacante Marinho, do Fortaleza, após a perda do título para a LDU.
Régis é problema?
O camisa 78 começou o jogo contra o Botafogo (SP). Ficou o tempo todo preso entre os zagueiros e presa fácil para a marcação adversária. Saiu e não deixou saudades. Descartá-lo é a solução? Nunca. É preciso conversar com o atleta, entender os motivos para a sua queda de produção e viabilizar sua melhoria para a reta final.
Nada de jogar a toalha
O técnico Umberto Louzer não fez interpretação quando mostrou otimismo após a derrota para o Botafogo. Ele acredita que é possível chegar a uma pontuação que leve ao acesso. Vai escolher os 11 titulares melhores na condição física e técnica, motivar os reservas e tentar “reiniciar do zero” para buscar o tão sonhado objetivo.
Público bom. Mas…
O confronto entre Guarani e Botafogo(SP) teve 8.479 pagantes. Bom público. No entanto, o Guarani ainda não conseguiu novamente um público acima de 10 mil pagantes. A última vez foi no dérbi realizado no dia 2 de setembro de 2023, quando as catracas do Brinco de Ouro registraram 15.937 torcedores. Nunca é demais… O torcedor está chateado com Umberto Louzer, mas quando foi contratado e assumiu o clube a equipe bugrina estava na 11ª posição com 16 pontos e estava a oito pontos do G4. Hoje, mesmo com todos os tropeços e oscilações, a equipe está a dois pontos do quarto colocado, o Criciúma. Algum mérito ele deve ter nesse processo.
Quem consertou?
O torcedor pontepretano está infeliz com o desempenho de João Brigatti como técnico da Macaca. Ainda não venceu e pensa na possibilidade de disputar a Série C em 2024. Mas será que o problema não é de outra vertente e ninguém quer enxergar? Um time que já teve Hélio dos Anjos, Felipe Moreira, Pintado e João Brigatti no comando e nunca esteve entre os 10 primeiros colocados dá para adivinhar que o problema não está no comandante e sim na qualidade técnica dos jogadores.
Como mudar
Quando existe clara deficiência técnica, só existe uma maneira de arrancar as vitórias: na base da raça e determinação. E neste contexto, a participação da torcida é fundamental. É, não tem jeito. Se o Majestoso estiver sem público relevante no sábado contra o Avaí, o que é difícil ficará quase impossível.
Ilusão
Na Série A-2, Jeh marcava gols e Elvis comandava o time. Felipe Amaral e Léo Naldi eram úteis. Hoje está tudo diferente. O motivo: a Série B tem uma qualidade técnica muito superior.
Nervos no lugar
Sem vencer há nove jogos, a Ponte Preta começa a nutrir outro adversário: a falta de controle emocional. Mesmo assim, o time não conta com psicólogo na área esportiva.
Acabou o mini paulistão
Foi encerrado o mini paulistão dentro da Série B. Cada time disputou 10 jogos contra adversários diretos. O Novorizontino, vice-campeão da Série A-2, foi o vencedor deste campeonato paralelo com 18 pontos ganhos. O Botafogo ficou com o vice-campeonato com 17 pontos. O Guarani faturou 15 pontos enquanto que a Ponte Preta acumulou 12 pontos. O Mirassol cravou 11 pontos e o Ituano ficou com 10 pontos. É uma bela amostra daquilo que precisará fazer a dupla campineira na próxima edição do Paulistão. Passar sufoco novamente seria o fim.
Elias Aredes, interino