XEQUE-MATE DA ECONOMIA

Analfabetismo

Estéfano Barioni/[email protected]
21/05/2024 às 16:23.
Atualizado em 21/05/2024 às 16:23
 (Geovana Albuquerque/Agência Brasil)

(Geovana Albuquerque/Agência Brasil)

A recente divulgação dos dados do Censo 2022 pelo IBGE traz uma boa notícia, mas também mostra uma dura realidade que ainda persiste. Embora nos últimos 12 anos a taxa de analfabetismo tenha caído de 9,6% para 7,0%, ainda existem 11,4 milhões de brasileiros que não sabem ler e escrever. Esse é um número alarmante para um país que precisa se desenvolver, especialmente em uma economia que se torna cada vez mais tecnológica e dependente do conhecimento.

Desigualdade

Os avanços existem. Em 1940, menos da metade da população brasileira era alfabetizada. Porém, a persistência de altos índices de analfabetismo, especialmente em determinados grupos e regiões revela uma desigualdade preocupante. As taxas de analfabetismo entre pretos (10,1%) e pardos (8,8%) são mais que o dobro da taxa entre brancos (4,3%). Essas disparidades refletem uma questão de justiça social, e também um entrave econômico ao país.

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“A educação é a arma mais poderosa que se pode usar para mudar o mundo."
Nelson Mandela

Por Idade 

A luta contra o analfabetismo é antiga no Brasil e os avanços, embora significativos, ainda são insuficientes. As iniciativas de universalização do ensino fundamental nas últimas décadas ajudaram a reduzir as taxas de analfabetismo entre os jovens. O grupo de idade de 15 a 19 anos apresenta a menor taxa de analfabetismo (1,5%). Entre as pessoas com 65 anos ou mais, essa taxa é de 20,3%, um reflexo do atraso no investimento em educação ao longo dos anos.

Distribuição

A distribuição geográfica do analfabetismo também reflete nossa característica desigual. A região Nordeste apresenta uma taxa de analfabetismo de 14,2%, o dobro da média nacional. Em contraste, as regiões Sul e Sudeste possuem taxas de alfabetização acima de 96%. Essa desigualdade regional é um reflexo direto da desigualdade econômica e da falta de investimentos contínuos em educação.

Competitividade

Em um mundo onde a tecnologia e a inovação são os principais motores do crescimento, a educação é a base para qualquer país que almeje competir globalmente. A tecnologia está redefinindo todos os setores, desde a agricultura até a indústria, exigindo uma força de trabalho cada vez mais qualificada e adaptável. Como um país pode ser competitivo se uma parcela significativa de sua população não consegue sequer ler?

Revolução

Para transformar essa realidade, o Brasil precisa de uma verdadeira revolução educacional. É necessário um plano robusto e bem estruturado que vá além de ações pontuais e de curto prazo. A melhoria da qualidade da educação básica é fundamental, mas não é suficiente. É preciso também investir em todos os níveis da educação e integrar jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de estudar na idade apropriada.

Tecnologia 

Além disso, a educação deve estar alinhada com as demandas do século XXI. A inclusão digital e a alfabetização tecnológica são essenciais para preparar os jovens para um mercado de trabalho que exige cada vez mais habilidades tecnológicas. Sem essa preparação, o Brasil corre o risco de se tornar ainda mais dependente de tecnologias estrangeiras e de perder oportunidades de inovação e crescimento econômico.

Capacitação 

A redução das taxas de analfabetismo é um passo importante, mas não pode ser o fim da jornada. O Brasil precisa de um compromisso contínuo e sustentável com a educação, que envolva todos os níveis de governo e a sociedade como um todo. Somente assim será possível garantir que todos os brasileiros, independentemente de sua cor, gênero ou localização geográfica, tenham acesso às ferramentas necessárias para um mundo cada vez mais competitivo e tecnológico.

Futuro 

O futuro do Brasil depende dessa revolução educacional. A alfabetização é apenas o começo. É preciso capacitar os jovens, investir em tecnologia e inovação, e garantir que cada cidadão tenha a oportunidade de contribuir para o desenvolvimento do país. Somente assim poderemos construir uma nação mais justa, próspera e competitiva no cenário global.

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