EDITORIAL

Alívio ao caixa do sistema de transporte

Do Correio Popular
27/09/2022 às 16:05.
Atualizado em 27/09/2022 às 16:05
Verbas serão destinadas a cobrir subsídios de R$ 10 milhões que a Administração Municipal paga às permissionárias do transporte coletivo, visando evitar a concessão de reajuste da passagem de ônibus este ano (Rodrigo Zanotto)

Verbas serão destinadas a cobrir subsídios de R$ 10 milhões que a Administração Municipal paga às permissionárias do transporte coletivo, visando evitar a concessão de reajuste da passagem de ônibus este ano (Rodrigo Zanotto)

Graças à competência e ao empenho das equipes técnicas das prefeituras de Campinas e de outros 12 municípios da região - que desde julho trabalham arduamente, a fim de cumprir as exigências burocráticas do governo federal -, os usuários do transporte público poderão se beneficiar da manutenção da tarifa de ônibus até dezembro. Ao todo, as prefeituras receberão do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) um aporte de R$ 37,41 milhões para subsidiar o transporte, compensando o aumento no custo do óleo diesel. Apesar das iniciativas tomadas pelo governo, no sentido de atenuar as constantes elevações no preço cobrado na bomba pelo combustível, o produto continua pesando muito na planilha das empresas de ônibus, devido às sucessivas altas acumuladas de quase 50% em relação ao ano passado. A maioria da frota de veículos utilizada no sistema é movida a diesel.

A liberação dos recursos faz parte da Emenda Constitucional número 123, que vem injetando R$ 41 bilhões na economia para mitigar os prejuízos causados pelas medidas de distanciamento adotadas durante a pandemia. O cenário agravou-se ainda mais este ano com a eclosão da guerra entre a Rússia e Ucrânia, que provocou inflação nos preços de alimentos e combustíveis sem precedentes no planeta, afetando duramente o Brasil. Diante do acúmulo de más notícias, o governo agiu corretamente em acelerar as políticas de bem-estar social, como a que turbinou o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, criou o suporte financeiro a motoristas de caminhão autônomos e de táxi, além da verba de subsídio ao transporte público.

Preocupado com a pressão inflacionária sobre a planilha de custos do transporte coletivo, o prefeito Dário Saadi, agora, poderá respirar um pouco mais aliviado - pelo menos até o final do ano. Embora o valor pleiteado tenha sofrido um deságio de 30% sobre o inicialmente reivindicado pelos municípios, a ajuda do governo será essencial para manter o atual subsídio ao transporte coletivo. A cota de R$ 16,64 milhões destinada a Campinas deverá evitar, por ora, um novo reajuste da passagem, cujo último aumento de 13,16% ocorreu em 3 de janeiro deste ano, passando a custar R$ 5,15. Antes disso, o preço manteve-se inalterado desde 2019. Todavia, o custo do bilhete pesa bastante no bolso do trabalhador. Sendo assim, o socorro federal é bem-vindo neste momento crucial, restando à próxima Administração assumir os graves problemas econômicos e sociais que certamente chegarão com o alvorecer de 2023.

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