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A volta a um passado de triste lembrança

Do Correio Popular
21/07/2022 às 20:42.
Atualizado em 22/07/2022 às 08:12
O nosso jornal publica na edição de hoje um panorama completo a respeito da queda dos preços dos combustíveis nas bombas (Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)

O nosso jornal publica na edição de hoje um panorama completo a respeito da queda dos preços dos combustíveis nas bombas (Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)

As pessoas nascidas nos anos de 1990 e que hoje estão na plenitude econômica e produtiva de suas vidas não sabem o que é conviver com os efeitos de um país mergulhado no caos da hiperinflação. Ao contrário de seus pais e avós - que enfrentaram a fase mais aguda do dragão inflacionário nos anos 80 -, as gerações posteriores cresceram num ambiente de relativa estabilidade econômica, construindo os seus orçamentos domésticos e planejando as compras futuras graças à estabilidade dos preços, com pequenas variações sazonais provocadas pela lei de oferta e procura. Agora, desafortunadamente, o que se percebe é uma volta ao passado, trazendo à memória dos mais experientes as tristes lembranças de uma época que ninguém quer reviver. Acaso o país rume a um completo descontrole dos preços, seria essa predição verossímil do ponto de vista da atual oscilação de preços dos combustíveis e dos itens alimentícios da cesta básica? Os economistas divergem a respeito, alegando que os fundamentos necessários para fazer tal afirmação ainda não estão presentes. Entretanto, consideram, sim, alarmante a forma como a macroeconomia brasileira está sendo conduzida.

Sobre isso, o nosso jornal publica na edição de hoje um panorama completo a respeito da queda dos preços dos combustíveis nas bombas ao consumidor de até 27,51% em Campinas nos últimos 41 dias. A maior baixa se deu no preço do etanol, que caiu de R$ 5,09 o litro para R$ 3,69, tornando possível encher um tanque com menos de R$ 200,00 - um grande alívio ao consumidor. Essa queda nos preços se deve à decisão do governo de São Paulo de reduzir a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de 13,3% para 9,57%, correspondendo a um corte de R$ 0,17 nas bombas.

Anteriormente, o preço da gasolina já havia também recuado em junho por conta da redução dos impostos federais, culminando com o litro do combustível custando R$ 0,20 mais barato nos postos. Nos últimos 41 dias, a gasolina teve uma redução de 25,39%, com o litro caindo de R$ 7,09 para R$ 5,29 - o menor valor na bomba em 17 meses. Claro que, com o preço batendo na estratosfera, qualquer economia significa muito para o consumidor, principalmente aos trabalhadores autônomos, como motofretistas e motoristas de aplicativos. Entretanto, o alívio será efêmero, dado que as medidas de estímulo tomadas pelo governo neste segundo semestre têm prazo de validade, alimentando novamente o risco de inflação para o próximo ano.
 

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