EDITORIAL

A mobilidade sustentável e seus desafios

Do Correio Popular
11/08/2022 às 12:53.
Atualizado em 11/08/2022 às 12:53
É preciso investir em estratégias para desestimular o uso do carro, que polui a atmosfera e impacta o trânsito nas grandes cidades (Divulgação)

É preciso investir em estratégias para desestimular o uso do carro, que polui a atmosfera e impacta o trânsito nas grandes cidades (Divulgação)

Tema recorrente nas metrópoles, a solução para a mobilidade urbana sustentável desafia os gestores das grandes cidades, como Campinas, que, em breve, terá mais carros circulando pelas ruas do que habitantes. Afinal, a cidade possui 932 mil veículos para uma população de 1,2 milhão de pessoas. Uma frota desse tamanho tem reflexos no trânsito caótico dos horários de pico e até fora desses intervalos de maior movimento. Outro fenômeno decorrente do excesso de veículos refere-se à proliferação de estacionamentos pagos em estabelecimentos comerciais e, agora, em clínicas médicas e hospitais, que também terceirizaram os serviços de guarda de automóveis, gerando custos indesejáveis aos frequentadores desses locais. A edição de ontem do nosso jornal trouxe uma reportagem abordando o assunto.

Sem entrar no mérito da cobrança do estacionamento em locais de acesso público, como clínicas ou centros populares de compras - um assunto a ser analisado em fóruns adequados de direitos do consumidor - é preciso concentrar-se no cerne dessa discussão: a mobilidade urbana sustentável. Definitivamente, não é possível, a médio e longo prazo, conviver com taxas tão elevadas de veículos particulares circulando pelas ruas, uma vez que não há qualquer perspectiva viável e racional de expansão da malha rodoviária urbana capaz de absorver o volume de tráfego e o impacto socioambiental gerado por essa demanda de carros automotores.

É preciso investir em estratégias para desestimular o uso do carro, que polui a atmosfera e impacta o trânsito nas grandes cidades, a exemplo de Brisbane, na Austrália, que implantou estacionamentos gratuitos ao redor das estações de trem, metrô e ônibus, para que os usuários guardem os seus carros, motos e bicicletas nesses locais enquanto utilizam o transporte público para ir e voltar ao trabalho. Outro exemplo é Fortaleza, que investiu numa rede de compartilhamento de carros elétricos, que são distribuídos em cinco estações. 

O prefeito Dário Saadi vem dando respostas assertivas nessa área, construindo pistas para a circulação de bicicletas e concentrando esforços para concluir a grande obra de mobilidade urbana da cidade, o sistema BRT. Mas é preciso avançar muito. Sendo assim, espera-se que os próximos governos estadual e federal apoiem as grandes metrópoles na implantação de novos modais de transporte de massa, a exemplo do Trem Intercidades e do Veículo Leve sobre Trilhos, ligando o Centro a Viracopos.

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