EDITORIAL

A gravidade das queimadas urbanas

A população, por sua vez, deve ser conscientizada sobre a importância de manter seus terrenos limpos e livres de focos de mosquitos

Da Redação
28/05/2024 às 21:47.
Atualizado em 28/05/2024 às 21:47
 (Divulgação)

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No contexto urbano e ambiental de Campinas, assiste-se, com preocupação, ao aumento expressivo no número de multas aplicadas a proprietários de terrenos, em decorrência de práticas negligentes que agravam o cenário das queimadas e contribuem para a proliferação de doenças como a dengue. Entre janeiro e abril deste ano, 1.369 notificações foram expedidas para limpeza de terrenos, resultando em 637 multas. Particularmente alarmante é o dado referente às queimadas: 43 multas foram aplicadas entre janeiro e 17 de maio, com um aumento vertiginoso este mês, que sozinho contabilizou 30 dessas infrações.

Comparando-se com o ano passado, observa-se uma escalada alarmante: até abril de 2024, as notificações de limpeza de terrenos representam 48% do total de 2023, que registrou 2.835 notificações e 1.618 multas. No que tange às queimadas, já atingimos 68% das multas de todo o ano anterior, quando foram aplicadas 63 sanções. Estes números revelam uma tendência que não pode ser ignorada.

As queimadas urbanas, muitas vezes desencadeadas por atitudes irresponsáveis ou pela tentativa de manejo rápido de vegetação, são particularmente nefastas nesta época do ano. Elas não só comprometem a qualidade do ar, como também contribuem para o aquecimento global. A emissão de gases do efeito estufa, resultante da queima de material orgânico, aumenta a temperatura do planeta, potencializando a ocorrência de desastres climáticos. A tragédia no Rio Grande do Sul é um alerta contundente sobre os perigos que enfrentamos.

Além do impacto global, a proliferação da dengue é uma preocupação premente. Terrenos abandonados criam condições ideais para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, zika e chikungunya.

Diante deste cenário, é imperativo que as autoridades intensifiquem a fiscalização e a aplicação de sanções, garantindo que as leis de manejo e limpeza de terrenos sejam rigorosamente cumpridas. A população, por sua vez, deve ser conscientizada sobre a importância de manter seus terrenos limpos e livres de focos potenciais para queimadas e proliferação de mosquitos.

Como destacou o pensador ecológico Aldo Leopold, "a saúde da terra deve ser nossa maior preocupação, pois dela depende a nossa própria sobrevivência". Essa sabedoria ressoa com ainda mais urgência no contexto atual. O momento de agir é agora, com determinação e consciência, para assegurar um futuro sustentável para as próximas gerações.

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