A primeira etapa da reforma do Centro de Convivência Cultural, que está em andamento, começou no final de 2020 (Ricardo Lima)
Orientado por valores libertários expressos de forma inovadora em sua configuração, o Centro de Convivência Cultural (CCC) é um espaço urbano democrático, desenhado em um período de exceção política. Trata-se de uma compensação ao triste episódio da demolição do antigo Teatro Municipal, proporcionando à cidade um ambiente cultural aberto e integrado à comunidade. O Centro de Convivência é um exemplo de arquitetura modernista que, pelas suas peculiaridades técnicas e plásticas, articula-se a uma rede regional de significados culturais, constitutivos da conhecida Escola Paulista de Arquitetura. O projeto, assinado pelo arquiteto Fábio Penteado, foi consagrado pela comunidade internacional em 1967 ao representar o Brasil na Primeira Quadrienal Mundial de Teatro em Praga, onde foi contemplado com o primeiro prêmio e a Grande Medalha de Ouro.
Inaugurado em 1976, desde 2011 as salas Luis Otávio Burnier e Carlos Gomes, assim como as galerias de arte e áreas externas, foram fechadas pela Prefeitura por conta da precariedade da estrutura do prédio. O recinto guarda histórias e memórias gravadas nas mentes dos campineiros e das pessoas que visitaram o local durante 35 anos para assistir aos espetáculos teatrais, concertos, dança, shows, palestras, simpósios, conferências e exposições artísticas. No lado externo, o Teatro de Arena Teotônio Vilela tem capacidade para acomodar cinco mil pessoas. Aos sábados e domingos, a Praça Imprensa Fluminense abriga a tradicional feira de artesanato, popularmente conhecida como Feira Hippie. Este e outros pontos turísticos serão objetos de um amplo projeto da Secretaria de Cultura e Turismo, conforme adiantou com exclusividade ao nosso jornal a titular da Pasta, Alexandra Caprioli, em entrevista publicada no último domingo.
A novidade revelada pela secretária é a abertura gradual do Centro de Convivência, devolvendo esse nobre e querido espaço ao campineiro, que há 12 anos sente falta das atividades e programações culturais. Nessa linha, os planos de Alexandra de promover a Cultura em consonância com o Turismo fazem todo sentido. O projeto tem potencial de trazer dividendos à cidade, atraindo pessoas interessadas em conhecer o passado histórico e cultural do município e suas atrações locais e regionais. Assim, aproveitando a sua excelente estrutura hoteleira e de transportes rodoviários e conexões aéreas, Campinas poderá emergir como um polo de turismo focado em segmentos específicos, como o de negócios, consumo, gastronômico e de eventos.
