Operários ocupam torres de condomínio novo por falta de pagamentos
Cerca de 70 operários ocupam nesta quarta-feira (15) as quatro torres recém construídas no bairro Vila Nova, em Santos (Divulgação/ Vespasiano Rocha)
Cerca de 70 operários ocupam nesta quarta-feira (15) as quatro torres recém construídas no bairro Vila Nova, em Santos. O protesto é contra a demissão dos trabalhadores no último dia 2 de abril e o não pagamento das verbas de rescisão.A construtora responsável pelo empreendimento, localizado na Rua Silva Jardim, 166, é a PDG e a empreiteira que contratou os trabalhadores que executaram a obra é a Schahin Engenharia.Segundo presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Marcos Braz, o Macaé, o representante da PDG foi procurado pela entidade, mas as reclamações não foram ouvidas. Já a empreiteira simplesmente sumiu.“Eles demitiram os trabalhadores dizendo que efetuariam o pagamento até dia 10. Isso não ocorreu e a empreiteira desapareceu”, comentou.Antes disso, o sindicato pediu formalmente à empreiteira e à empresa os chamados ‘espelhos’ das quitações rescisórias, as ‘chaves de conectividade’ previdenciária e os recibos de recolhimentos dos encargos sociais. Porém, a PDG pediu mais dez dias para saldar as rescisões. O prazo foi rechaçado pelo sindicalista. “Queremos esse compromisso por escrito. Os trabalhadores têm contas a pagar e precisam da carteira de trabalho”, diz o sindicalista.Ainda segundo Macaé, a ocupação foi a saída encontrada porque os operários não confiam na empreiteira, que estaria em dificuldades financeiras, por envolvimento na Operação Lava Jato, já tendo preparado pedido de recuperação judicial.O sindicato apurou que a empreiteira, com escritório em Macaé (RJ), interrompeu a operação de cinco sondas que alugava para a Petrobras e tem 600 trabalhadores na mesma situação, em São Sebastião (SP).“Temos informações que a incorporadora deve contratar outra empreiteira para terminar a obra em mais 60 ou 90 dias. E os outros trabalhadores, alguns com até 9 anos de empreiteira? Vão ficar a ver navios? Por isso, só vamos sair quando todos receberem as verbas rescisórias, acrescidas de um salário nominal, pelo atraso das quitações, como prevê o acordo coletivo de trabalho”.EmpresaEm nota, a empresa PDG disse que 'a incorporadora não possui vínculo empregatício com os funcionários da construtora, mas em respeito aos trabalhadores já está em contato com o sindicato para encontrar uma solução para o problema. Ressalta que preza pelo cumprimento de todas as obrigações, pagando em dia seus fornecedores e parceiros. Reafirma sua posição de repúdio a qualquer atitude que contrarie os direitos e a dignidade de trabalhadores. Reitera, ainda, seu compromisso com a ética e com o cumprimento irrestrito à legislação trabalhista brasileira.