Uma iniciativa pioneira na área educacional, que começou em Campinas e na Paraíba, em 2006, será encerrada na próxima semana, em Fortaleza. A capital cearense vai sediar o V Encontro de Acompanhamento e Formação do Programa pela Educação Integral, do Fundo Juntos pela Educação. Oito anos, muita dedicação, partilha de conhecimento e afeto, por parte de mais de 150 organizações, em quatro estados, em benefício de mais de 20 mil crianças e adolescentes.O Fundo Juntos pela Educação foi constituído em 2004 pelo Instituto Arcor Brasil e Instituto C&A, além do fundo Vitae, que depois encerrou suas atividades mas teve papel determinante no começo da ação inédita na área do investimento social privado no Brasil. Organizações empresariais, decididas a compartilhar recursos, tecnologia e o desejo de executar atividades transformadoras em educação.A primeira iniciativa foi o Programa pela Educação em Tempo Integral. O objetivo era apoiar a formação de redes comunitárias, em territórios de alta vulnerabilidade social, somando escolas públicas, associações de moradores e outros órgãos públicos e não-governamentais. A ideia era que essas redes propiciassem atividades de educação em tempo integral para meninos e meninas das comunidades, no contraturno escolar.No primeiro ciclo, entre 2006 e 2010, foram apoiados projetos em Campinas e na Paraíba, em João Pessoa, Lucena e Santa Rita. Nessa edição, a Fundação FEAC foi parceira técnica – muitas entidades conveniadas à FEAC integraram as redes comunitárias tecidas a partir dos projetos implementados. As redes Abraço, na região dos Amarais (que já havia sido criada em 1999), e Novas Atitudes.Com, no Jardim Satélite Íris, continuam muito ativas.Também foram apoiadas redes em Sousas, na região da Vila Castelo Branco e no Campo Belo.Em João Pessoa, bairros densamente povoados como o Cristo Redentor e Rangel, Alto do Mateus e Roger tiveram oficinas que mobilizaram muitas comunidades. O Centro Cultural Piollin, sede de um dos mais importantes grupos teatrais do Nordeste, onde atuou por exemplo Marcélia Cartaxo, foi uma das organizações que participaram. Em Santa Rita, as comunidades de Marcos Moura e Tibiri II, de muitos desafios sociais, também se envolveram. E em Lucena, uma pequena e linda cidade a beira mar, com forte comunidade de pescadores e ainda com forte influência indígena, o projeto Roda Rede, liderado pela dinâmica Apoitchá, uniu várias escolas em ações coletivas e de grande impacto social.Com o sucesso do primeiro ciclo, foi esboçado o segundo, entre 2011 e 2013, agora com sete projetos apoiados apenas no Nordeste, em Pernambuco e no Ceará, abrangendo comunidades quilombolas, associações rurais e urbanas, com muito teatro, música, dança, leitura e reforço na alfabetização. Os representantes destes projetos estarão reunidos na próxima semana em Fortaleza, para o encerramento do ciclo e da trajetória de oito anos de apoio do Fundo Juntos pela Educação. Durante o encontro será lançada a Rede Nordeste pela Educação Integral, que dará continuidade aos esforços pela educação visando o desenvolvimento integral, em todas as dimensões, de crianças e adolescentes, mas também de todos os membros das comunidades envolvidas.Foi muito significativo que Campinas tenha feito parte dessa trajetória. A cidade com vocação solidária tem um grande desafio para qualificar a educação pública. A expectativa é a de que, unida, a cidade dê novos saltos, como já fez em vários momentos.
