Equipe iniciou trabalho de medição da profundidade; laudo vai orientar intervenções no manancial
Oceanógrafos, Lagoa do Taquaral ( Dominique Torquato/ AAN)
Uma equipe com três oceanógrafos começou a avaliar as condições do espelho d’água da Lagoa do Taquaral na manhã desta segunda-feira (16), como parte do início das obras de desassoreamento da lagoa. Os profissionais deverão analisar durante uma semana elementos como profundidade e condições da borda da lagoa, para emitir um laudo sobre as condições do local. O investimento de R$ 20 milhões é do governo estadual e o trabalho terá coordenação do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee). A equipe utiliza um equipamento denominado DGPS, com maior precisão de análise centimétrica, para avaliar a profundidade da lagoa. Os profissionais medirão a profundidade das bordas e do meio do lago, que segundo avaliação prévia da Secretaria de Serviços Públicos não passa de 3 metros de profundidade — há 30 anos a lagoa tinha 9 metros de profundidade. Os oceanógrafos não forneceram mais detalhes sobre o trabalho, que está sob a coordenação do Estado. Desassoreamento As obras de desassoreamento estavam previstas para começar neste mês, e a estimativa é que terminem dentro de dois anos. A lagoa possui superfície de 300 mil metros quadrados e apesar de constantes episódios de mortandade de peixes, possui uma superpopulação de animais. Em 2011, o desassoreamento já havia sido iniciado no local e foram retirados 25 mil metros cúbicos de lodo.No entanto, desde então a lagoa já recebeu outros milhares de metros cúbicos de matéria orgânica. O trabalho de desassoreamento também prevê a troca do calçamento do percurso de caminhada no entorno do lago. Ele deixará de ser de saibro (areia) e passará a ter piso intertravado, feito com bloquetes de concreto. Tomografia A Administração iniciou a tomografia dos eucaliptos do bosque da Lagoa do Taquaral. O trabalho é executado desde a quinta-feira por especialistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que analisam as espécies para avaliar se apresentam ou não risco de queda. No início de março um eucalipto de 80 anos e com mais de 20 metros de altura caiu sob a pista de caminhada, no momento em que o parque estava lotado. Ninguém ficou ferido. De acordo com Raquel Gonçalves, professora da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp, que estava acompanhada de uma aluna de mestrado e um estudioso da área, a tomografia ultrassônica foi feita em sete eucaliptos vizinhos ao que caiu, todos sob a pista de caminhada. “Estamos medindo o tempo de propagação das ondas de som dentro das árvores, para posteriormente transformarmos isso em imagem e poder constatar a saúde da espécie, e se tem ou não risco de queda”, explicou Raquel. Laudo O equipamento foi desenvolvido pela própria Unicamp. De acordo com a professora, os dados deverão ser analisados e até o fim da semana um laudo será encaminhado para a Secretaria de Serviços Públicos. Centenas de eucaliptos formam uma floresta ao lado da entrada principal da lagoa, e de acordo com o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, estão em um terreno rochoso, com baixo nível de penetração da raiz no solo. O objetivo da tomografia é constatar se existe alguma árvore com risco iminente de queda por causa de podridão.Árvores Campinas ganhou um portal na internet onde será possível consultar o histórico de cada uma das 13 mil árvores da cidade já identificadas digitalmente. Com o dispositivo, além de ter acesso a todas as informações sobre as árvores (idade, nome científico, se é frutífera, país de origem, entre outras), o cidadão poderá saber também quais são as empresas cumpridoras dos Termos de Compromisso Ambiental (TCAs) e Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) que levaram ao plantio. O site foi lançado nesta segunda-feira pela Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SVDS) e o prefeito Jonas Donizette (PSD) participou da inclusão, no sistema digital, da árvore símbolo de Campinas, o jequitibá-rosa existente no jardim frontal da Prefeitura. O portal pode ser acessado na página da Secretaria do Verde, ou por meio do endereço ambientecampinas.wix.com/qrcode. Pesquisa da Embrapa apontou o déficit de 360 mil árvores em Campinas. O prefeito Jonas informou que desde 2013 foram plantadas 200 mil árvores.