CAMPINAS

Obras de acesso a Viracopos ficam no papel

Estado atrasa projetos de duplicação da Miguel Melhado e marginais da Santos Dumont

Sarah Brito
28/02/2015 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 00:44
Rodovia, Miguel Melhado, receberá, radar, pacote, DER ( Leandro Ferreira/ AAN)

Rodovia, Miguel Melhado, receberá, radar, pacote, DER ( Leandro Ferreira/ AAN)

Duas das três obras anunciadas pelo governo do Estado em agosto do ano passado, em um pacote que previa facilitar o acesso ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, ainda não saíram do papel. Uma delas é a duplicação da Rodovia Miguel Melhado nos 12 quilômetros entre a Anhanguera e o aeroporto, ao custo de R$ 168 milhões bancados pelo Departamento de Estradas e de Rodagem (DER). A licitação estava prevista para setembro, mas até agora não foi anunciada.   Já as obras que preveem 7 km de marginais em cada lado da Rodovia Santos Dumont, também em trecho do município, seguem em estudos por problemas no projeto funcional de engenharia, que vai estabelecer as diretrizes da construção. A obra deveria ter começado em janeiro deste ano.   Em andamento O projeto está sendo feito pela concessionária Rodovia das Colinas, que administra o trecho, e tem participação do governo do Estado e da Prefeitura de Campinas. A obra, que será bancada pela Colinas, está orçada em R$ 42 milhões e vai levar 18 meses para ser concluída. As marginais vão começar na região do Jardim Itatinga, seguirão até o trevo de acesso ao aeroporto e são uma das principais apostas para desafogar o trânsito de acesso a Viracopos.   Em nota, a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) atribui o atraso no começo dos serviços ao que chamou de “complexidade da obra”. “A Artesp e a Colinas vêm ajustando o projeto junto com a Prefeitura de Campinas desde que a obra foi autorizada pelo governo do Estado, em agosto do ano passado. O projeto, devido à complexidade da região, dependia de acordo da Prefeitura em questões técnicas como traçado, largura da pista e configurações de trevo. Superada essa fase, foi possível aprovar o projeto funcional para atender o município. Com isso, a Artesp solicitou que a concessionária Colinas faça o projeto executivo no prazo de até seis meses. Aprovado o projeto executivo, que definirá as áreas a serem desapropriadas pela Prefeitura, as obras serão inciadas”, informou o órgão estadual, em nota.   Solução Segundo o secretário municipal de Transportes, Carlos Barreiro, as pistas paralelas são a solução para o projeto, mas houve necessidade de ajustes devido à população que mora no entorno, o desnível da pista e ao custo das desapropriações. As marginais são parte da ampliação da malha viária que dá acesso ao Aeroporto Internacional de Viracopos e devem acompanhar a progressão de passageiros do terminal.   A previsão é que Viracopos receba 22 milhões de passageiros em 2018 e 45 milhões em 2024. Atualmente, circulam cerca de 50,5 mil veículos por dia no trecho. No total, o pacote de obras no acesso a Viracopos deve custar R$ 558 milhões, e inclui, além da duplicação da Miguel Melhado Campos (SP-324) e das marginais da Santos Dumont, também a segunda etapa do prolongamento do Anel Viário José Roberto Magalhães Teixeira (SP-083). Rodovia Sobre as obras de duplicação da Miguel Melhado, que estão atualmente emperradas, o DER, responsável pela implantação, informou que “aguarda reprogramação orçamentária para definir o cronograma da obra”. O projeto-executivo para duplicação em 12 quilômetros da rodovia já está concluído, e a licitação era esperada para setembro, um mês antes das eleições. As obras estão orçadas em R$ 168 milhões.   A obra é considerada grande por ser necessária adequação viária próximo aos bairros São Domingos e Campo Belo, onde há casas próximas da pistas. Nesse local, serão 2 quilômetros de via com acesso local, calçadas para pedestres, ciclovias e alças. Esse projeto foi orçado em R$ 15 milhões e também deve ser contratado pelo DER. Em nota, o órgão informou que “em razão do início desta nova gestão, a obra da SP-324 está em fase de reprogramação orçamentária para definição do cronograma, ou seja, dos prazos de publicação do edital de licitação, início dos serviços e conclusão”. Com isso, o edital da obra ainda não foi publicado. O órgão não informou previsão de publicação.Anel viário   Das três obras previstas no pacote, a intervenção na Rodovia José Roberto Magalhães Teixeira, a obra do anel viário de Campinas, está dividida em três etapas e a primeira está em obras, dentro do prazo estimado. A ação é executada pela concessionária Rota das Bandeiras, que administra a via, e a previsão é que seja concluída em novembro deste ano.   A segunda etapa, que consiste no trecho Rodovia dos Bandeirantes até a Rodovia Miguel Melhado está em fase de licenciamento ambiental. A previsão de início é dezembro de 2015 e a conclusão em novembro de 2017.   Terceira etapa   A terceira etapa será a ligação de 6 quilômetros entre o Anel Viário e a Santos Dumont. O projeto funcional em análise na Artesp, que aguarda apresentação da concessionária Rota das Bandeiras de estudo de tráfego. Os investimentos nas três etapas correspondem a R$ 303 milhões. Por meio de assessoria de imprensa, a Rota das Bandeiras informou que “desenvolveu o projeto para implantação do terceiro trecho do prolongamento, ele encontra-se em elaboração e discussão técnica com a agência”. A concessionária também informou que pedirá na próxima semana para concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, responsável pela administração de Viracopos, o plano diretor do aeroporto e fluxo de cargas estimados para concluir os estudos complementares solicitados pela Artesp, para finalizar as análises de viabilidade deste novo trecho.   A empresa responsável pelo aeroporto informou que, assim que receber o pedido, informará os dados necessários.

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