JOGO RÁPIDO

O VAR ainda engatinha

Coluna publicada na edição de 2/4/19 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
02/04/2019 às 01:00.
Atualizado em 04/04/2022 às 10:15

Por coincidência, o VAR mais uma vez foi a ‘estrela’ de um jogo do Palmeiras nos playoffs do Paulistão. E, ao contrário do que aconteceu na validação do gol do Novorizontino, nas quartas de final, no sábado a utilização do recurso eletrônico foi bastante contestada. É preciso levar em consideração que a utilização do árbitro de vídeo no futebol ainda está engatinhando. Vivemos um período de aprendizado e adaptação e a tendência é que, com o passar do tempo, a tecnologia se transforme cada vez mais em um recurso importante para que o esporte seja mais justo e que tenha um número muito menor de erros de arbitragem. Na minha opinião — e é importante destacar que é a minha opinião e não o que diz o protocolo de utilização do VAR —, a tecnologia só deve alterar uma marcação de campo quando for capaz de mostrar, com absoluta clareza, que a primeira decisão foi equivocada. A imagem não mostra claramente se foi ou não pênalti de Reinaldo em Dudu. É um lance de difícil interpretação e não dá para saber, pelo vídeo, se o lateral são-paulino empurra o atacante palmeirense ou se apenas encosta nele, sem intensidade suficiente para derrubá-lo. Já que não dá para ter certeza pelo vídeo, acho que o melhor seria manter a decisão inicial, baseada no que o árbitro viu em campo. O protocolo do VAR, porém, indica que todas as decisões da arbitragem no clássico do Morumbi foram corretas. Isso está bem claro no texto original do protocolo: “Para decisões subjetivas, como, por exemplo, intensidade de uma entrada, interferência em impedimento, considerações acerca de bola na mão (posição, intenção etc.), normalmente se recomenda uma revisão no campo de jogo”. E foi exatamente isso que Vinicius Furlan fez na noite de sábado. Ele marcou o pênalti para o Palmeiras, mas depois conversou com os auxiliares que estavam no VAR. Como a marcação foi subjetiva (Reinaldo empurrou com força suficiente para derrubar o adversário ou não?), ele foi orientado a rever o lance na beira do gramado, que é a tal “revisão no campo de jogo”. Com base na imagem que viu e reviu na tela, Vinicius Furlan voltou atrás e desistiu de marcar o pênalti. A arbitragem agiu de forma correta, de acordo com o que sugere o protocolo do VAR. Mas, como disse, estamos vivendo o início de uma era. É inevitável que ajustes sejam feitos em busca do modelo ideal. Esse aspecto da utilização do vídeo em lances subjetivos, na minha avaliação, é um dos que devem ser revistos no futuro. 

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