LÍQUIDO & CERTO

O tigre gosta de vinho e tem sede

24/02/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 03:43

No período em que estive de férias, 30 e poucos dias, meu e-mail sofreu uma invasão chinesa sem precedentes. O volume de notícias e mensagens alusivas ao país me surpreendeu e, mais uma vez, sou obrigada a citar Robert Parker, que há anos declarou que os chineses influenciariam o mercado do vinho mundial. E alinhava pelo menos três razões para isso: eles têm dinheiro para investir em grandes, possuem vínculo cultural e simbólico com a cor vermelha e, por causa da paixão pelo chá, estão mais do que acostumados a apreciar taninos.

Pois bem, a primeira notícia que me chama atenção é que a China se tornou o principal importador de vinhos brasileiros, registrando um crescimento de 86% no ano passado. Enviam bebidas para lá 38 vinícolas integrantes do projeto Wines of Brasil, uma associação do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e da Agência Brasileira de Exportações. O volume subiu de 314 mil litros para 760 mil no período. E a lista ficou assim: China, Reino Unido, Rússia, Holanda, França, Estados Unidos, Polônia, Suíça, Finlândia e Bélgica.

E os chineses, cujos produtos estão pelos quatro cantos do mundo, quem diria, se queixam do assédio europeu ao país. Dizem que o Velho Mundo está embriagando o poderoso tigre com vinhos baratos e de má qualidade. As exportações da União Europeia, que eram de 16 milhões de litros em 2008, pularam para 169 milhões em 2011, salto condizente com o crescente interesse dos orientais pela bebida. Ainda lembrando Parker, a nova classe de chineses abonados tem gosto especial pelas marcas francesas superiores. Não querem vinho ruim.

Isso explica outra notícia que piscou na minha tela, a de que chineses estão cada vez mais presentes em Bordeaux, onde um hectare bem localizado de terra chega a valer 1,5 milhão de euros. Ocorre que os proprietários de grandes casas francesas estão envelhecendo sem formar herdeiros. Um terço deles já beira os 60 anos e não tem familiares interessados em dar continuidade ao negócio. Hoje, menos de 50 vinícolas são comandadas por jovens produtores; há dez anos, esse número era três vezes maior. E, mundo afora, quem teria fôlego financeiro para fechar negócio tão específico e caro? Eles, os chineses.

Mas o avanço já fez disparar o alerta vermelho na França. Um acordo de cooperação entre a Chambre d’Agriculture de la Gironde e a Safer Aquitaine já está em operação. Para simplificar, é algo como o Ministério da Agricultura e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) unindo forças para resgatar um setor. Assim, a Safer pode assumir uma propriedade de dono idoso e sem sucessor antes que os chineses o façam.

Para encurtar essa seleção (há muito mais notícias), a China é o quinto maior produtor e consumidor de vinho no mundo e também um dos dois países – o outro é os Estados Unidos – entre as grandes nações que nos últimos cinco anos têm aumentado substancialmente a superfície plantada de vinhedos. Saúde!

Lote 43 – Safra 2011

 

Já começou a pré-venda do Miolo Lote 43 – Safra 2011. E quem encomendar até o próximo dia 28 terá direito à caixa de madeira personalizada com o nome do comprador.

O vinho, corte de merlot e cabernet sauvignon, é o produto mais caprichado da empresa. O nome é uma referência à primeira terra adquirida pelo imigrante Giuseppe Miolo ao chegar ao País, dando início ao braço brasileiro da família.

O Lote 43 só é elaborado em safras excepcionais e inspirado no conceito de cru, que privilegia uma área especial para cultivo das vinhas destinadas à elaboração de grandes vinhos. A caixa com seis garrafas de 750ml pode ser adquirida por cinco parcelas de R$ 112,80.

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