O sucesso dos projetos de vôlei em Campinas salta aos olhos. Ginásios com lotação máxima nos jogos decisivos e bons públicos durante a temporada comprovam que a cidade recebeu bem os dois times que esse ano ficaram pelo menos entre os quatro melhores da Superliga.Os jogos de semifinal realizados nos últimos dias tiveram dois fatores que costumam servir de desculpa para afugentar o torcedor dos estádios de futebol. O jogo do Brasil Kirin foi realizado na manhã de sábado com transmissão ao vivo da Globo. A partida do Vôlei Amil começou tarde na terça-feira (21h30) e teve transmissão do Sportv. Apesar do horário e da TV, o Taquaral e a Arena Amil tiveram todos seus lugares ocupados.Um compromisso me impediu de ir ao Taquaral, mas, na terça, fui ver Amil x Unilever. A atmosfera no ginásio foi maravilhosa. Quem gosta de esporte, adora assistir a qualquer espetáculo com tanto envolvimento do público. Público repleto de mulheres e crianças, o que, em nenhum momento, serviu de alívio para os visitantes. A torcida fez a sua parte, incentivando e fazendo barulho o tempo todo.Esse sucesso estrondoso do vôlei deve servir de exemplo para a Prefeitura e outras grandes empresas. É dever do poder público viabilizar a formação de equipes de alto nível na cidade. Mais do que uma opção de entretenimento, é uma porta de entrada para o mundo do esporte para milhares de crianças e jovens. A possibilidade de ver de tão perto grandes atletas e treinadores, de ver de tão perto tantos campeões olímpicos, é um grande estímulo para a prática de esporte. E isso é muito bom para a sociedade, em diversos aspectos.Para as empresas, o exemplo do vôlei mostra que a cidade gosta de esporte e que ele pode ser um poderoso instrumento de divulgação de suas marcas. Basquete e futsal são modalidades que possuem ligas nacionais fortes e potencial para repetir na cidade o sucesso do vôlei. Esporte é bom para a cidade, patrocinadores e público. Dois bons exemplos de sucesso estão aí e Campinas não deve se contentar apenas com eles.Para o futebol, exemplos também não faltam. No vôlei, os torcedores fazem barulho no ginásio batendo balões infláveis de plástico, modelo importado da NBA. No futebol brasileiro, a utilização desses balões é proibida porque podem ser usados como “armas”. Um torcedor com o pé quebrado já foi proibido de entrar no estádio porque sua muleta poderia ser usada como “arma”. Um copo de água pode ser usado como “arma”. Leve qualquer objeto ao estádio (um livro, uma bandeira para seu filho, qualquer coisa diferente) e tenha certeza que será barrado na vistoria. Qualquer coisa no futebol brasileiro pode ser usado como “arma”.A torcida do Chelsea fez uma linda festa após eliminar o PSG na terça com milhares de bandeiras pequenas e médias no Stamford Bridge. Aqui, elas seriam consideradas artefatos de alta periculosidade. Acho que não precisa pensar muito para concluir que o futebol precisa, urgentemente, mudar seu rumo.