Coluna publicada na edição de 13/11/18 do Correio Popular
A penúltima rodada da Série B começa hoje e é incrível que a Ponte Preta vá a campo para enfrentar o Coritiba dependendo apenas de seus resultados para conquistar o acesso à Série A. Contratado para impedir preocupações com o rebaixamento, o técnico Gilson Kleina emplacou uma sequência impressionante de seis vitórias e um empate. Só o campeão Fortaleza (9 jogos) e o Londrina (11) estão há mais tempo sem perder. Mas para colar no G4 e ficar a apenas três pontos do vice-líder CSA, a Ponte Preta não precisou conquistar apenas 19 pontos em sete rodadas. A Macaca também contou com sucessivos tropeços de concorrentes. Avaí e Goiás venceram apenas um de seus últimos cinco jogos. O Londrina perdeu um pênalti (cobrado duas vezes) no final do empate por 0 a 0 com o Oeste. O Vila Nova perdeu cinco pontos contra Paysandu e Brasil. E o Atlético-GO somou apenas dois pontos nas últimas três rodadas. Graças a todos esses acontecimentos — alguns improváveis —, a Macaca é hoje forte candidata ao acesso. Não apenas pelo excelente momento que vive, mas por depender apenas de seus resultados, algo inimaginável após a derrota para o Brasil no Majestoso, dia 25 de setembro. Em apenas um mês e meio, as chances de acesso subiram de 1% para 44%, segundo cálculos do InfoBola. E esse é um aspecto que Gilson Kleina terá que trabalhar nos dois jogos finais. Nos sete jogos sob o comando do treinador, a Ponte jogou com um nível muito baixo de responsabilidade. Precisava vencer, vencer e vencer para continuar viva, mas, se tivesse tropeçado no meio do caminho, nada de diferente iria ocorrer. Como o time estava mal na tabela, a eliminação era mais do que esperada por diretoria, elenco, torcida e imprensa. Se Kleina tivesse perdido uma ou duas partidas, seria normal. O retorno à elite em 2019 já não estava mais nos sonhos do clube. Hoje, o cenário será outro. Haverá um grande público no Majestoso e o time entrará em campo com o acesso na cabeça. Agora não é mais preciso de um milagre. A Ponte não tem que ganhar nove jogos seguidos. Só precisa de mais dois. Essa proximidade do objetivo vai gerar, inevitavelmente, uma ansiedade em todo o time. Ao contrário das outras partidas, agora a Ponte tem o que perder. Cabe a Kleina explorar o lado positivo dessa pressão. A sequência de vitórias e a chance (agora enorme) de subir devem ser o combustível de um time que está a 180 minutos de realizar um sonho que, em setembro, deixou de existir.