Durante a transmissão de Vilhena x Ponte Preta, comentaristas do Sportv contestaram o técnico Guto Ferreira pela escalação de um time reserva na estreia da equipe na Copa do Brasil. Argumentaram que Renato Cajá, suspenso no Paulistão, poderia ter viajado a Rondônia, assim como outros titulares. Discordo totalmente dessa análise e acho que Guto tomou a decisão correta. Levar titulares para essa partida seria um erro absurdo. Guto agiu com bom senso e, na minha avaliação, deve fazer a mesma coisa no jogo de volta, dia 2 de abril. Não se trata apenas de poupar os titulares para o jogo seguinte do Paulistão (que será com o Penapolense, no Majestoso, dia 5), mas sim de pensar na temporada inteira. Com dois jogos na semana, o desgaste é maior, o período de treinos é menor e a recuperação é mais difícil. Além disso, será uma ótima oportunidade para dar ritmo aos reservas, que disputam um número bem menor de partidas. Escalar um time alternativo, portanto, foi uma decisão lógica. O que deve chamar a atenção da diretoria e da comissão técnica, na verdade, é o resultado do jogo. Em termos de classificação à segunda fase da Copa do Brasil, não há nenhum problema. Com qualquer escalação, a Macaca vencerá o jogo de volta, provavelmente com um placar bem folgado, já que a diferença entre os elencos é muito grande na qualidade técnica, no condicionamento físico e na experiência. O que deve servir de alerta para a diretoria é que o time reserva não conseguiu eliminar um adversário do nível do Vilhena na partida de ida. A distância, o gramado, o pênalti escandaloso não marcado pelo árbitro e as duas contusões no 1º tempo impediram um resultado melhor, mas não justifica uma atuação tão pobre. Daqui a pouco mais de dois meses, a Ponte iniciará sua campanha no Brasileirão. Visitará o Grêmio, receberá o São Paulo e depois irá a BH para duelar com o bicampeão brasileiro. E até dezembro terá vários jogos contra adversários desse porte. Os jogos serão em gramados bons, as viagens serão normais e os árbitros terão mais experiência do que o jovem Paulo Henrique de Melo Salmazio. Mas os desafios serão muito maiores. A Ponte não terá que disputar nenhuma partida do Brasileiro com 11 reservas, mas em várias rodadas terá que utilizar alguns deles. E nessas ocasiões vai precisar que apresentem bom desempenho. A dificuldade em Vilhena é um sinal que não pode ser ignorado. A Macaca precisa qualificar seu elenco para ter condições de fazer uma boa campanha na dificílima Série A. E a hora de detectar os pontos mais fracos e corrigi-los é agora, dois meses antes da estreia. Deixar para consertar os problemas durante o Brasileirão é um risco que o clube não deve correr.