EDITORIAL

O resgate de um patrimônio de Campinas

O Centro era o local preferido dos campineiros, com suas ruas do comércio, o convívio com suas floreiras, praças públicas e cinemas de rua

Correio Popular
19/04/2021 às 18:26.
Atualizado em 21/03/2022 às 22:12

Quando vemos fotos antigas de Campinas circulando pelas redes sociais, sentimos uma avalanche de saudades daqueles tempos. Campinas era uma cidade em franco desenvolvimento, mas que ainda conservava um ambiente acolhedor e aprazível.

O centro histórico era o local preferido dos campineiros, com suas ruas do comércio apinhadas de gente, o convívio com suas floreiras a encher os olhos, praças públicas, cinemas de rua e o monumental Viaduto Miguel Vicente Cury com sua belíssima praça que ficava onde hoje funciona o Terminal Central de ônibus ubano.

Logo a frente, alcançavamos um local muito especial: a histórica Estação Ferroviária da Fepasa, atualmente Estação Cultura Prefeito Antonio da Costa Santos. Um conjunto arquitônico da Era Vitoriana, e que no início do século 20, representava um símbolo daquele período de riquezas, o auge da economia cafeeira. O ouro negro que transformou a cidade em um dos centros urbanos mais ricos e prósperos do interior paulista.

O tempo passou até que em 2001 partiu o último trem de passageiros de Campinas a Araraquara. Desde então, toda aquela região se perdeu em um processo degradante, com desvalorização de imóveis no entorno, proliferação de ambientes nocivos a uma convivência segura e familiar, sem falar no risco de segurança nas ruas com o abandono do seu entorno.

Agora, o projeto do saudoso prefeito Toninho será retomado para explorar o potencial logístico e comercial da área do Parque Ferroviário de Campinas. A ideia é construir um polo para transporte de passageiros, com a passagem do futuro Trem Intercidades (TIC), que vai ligar São Paulo a Campinas e depois Americana. E para completar, uma área comercial com estrutura hoteleira e residencial será implementada no complexo.

Para viabilizar tudo isso, é necessário concluir a transferência de posse daquela área - que atualmente pertence à União - para o município. Com o tempo, que esperamos seja breve, a área de 310 mil metros quadrados, situada bem no coração da cidade, passará para os domínios da Prefeitura de Campinas que poderá construir no local o futuro Parque Ferroviário.

Essa obra mudará a cara do Centro e vai permitir criar as condições e intervenções urbanísticas necessárias e apropriadas para a recuperação da região central. Será um grande salto a valorizar o patrimônio histórico, bem como a devolver aos campineiros um espaço público cujo valor é imensurável.

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