Noite de 27 de março de 2013. Após a humilhante derrota por 6 a 2 para o Mirassol, muitos torcedores do Palmeiras, indignados, clamavam por mudanças. Exigiam a demissão de Gilson Kleina e desejavam que vários jogadores do elenco fossem embora no mesmo barco do treinador.
No dia seguinte, Kleina resistiu à enxurrada de críticas de torcedores e jornalistas. Após várias reuniões, a diretoria do clube resolveu mantê-lo no cargo.
Noite de 11 de abril de 2013. Após a vitória dramática por 1 a 0 sobre o até então invicto Libertad, Gilson Kleina viveu um dos momentos mais importantes de sua carreira. O resultado garantiu a classificação antecipada para as oitavas de final e a festa que se viu no Pacaembu tomado por 35 mil palmeirenses ficará para sempre ma memória do treinador.
No dia seguinte, Kleina foi elogiado por seu trabalho, os jogadores viraram guerreiros e o palmeirense foi ao trabalho e à escola com aquele sorriso bobo no rosto. Um prazer que só torcedores apaixonados sabem dimensionar.
O que mudou em tão pouco tempo, se o treinador é o mesmo, nenhum reforço foi contratado e o time ainda sofreu com desfalques, não só no jogo contra o Libertad, mas também na importante vitória anterior, sobre a Ponte Preta?
A grande mudança foi de postura. A torcida não está eufórica porque viu um futebol envolvente, com passes rápidos e inteligentes e finalizações constantes. Entre os seis times brasileiros que disputam a Libertadores, não há dúvida que o elenco do Palmeiras é o de menor qualidade. Mas, com muito empenho e aplicação tática, o time já tem presença garantida nas oitavas, meta ainda não alcançada por Fluminense, Grêmio e São Paulo.
A torcida comemorou a vitória com enorme entusiasmo não apenas pela classificação às oitavas, mas também porque reconheceu a luta dos jogadores. Todo mundo gosta de ver bom futebol, muitos gols e lances bonitos, mas não é só disso que o futebol é feito. Em apenas 45 minutos, o Palmeiras levou 21% dos gols que o Mirassol já conseguiu marcar no Paulistão. É evidente que, naquela noite, o time não estava com um nível de concentração necessário para a disputa de um jogo profissional.
Contra Ponte e Libertad, o time foi completamente diferente. Atento, aplicado, disputando todas as bolas com o mesmo apetite. A derrota em Mirassol serviu para uma correção de rota no Palmeiras. O clube não é o melhor da América, não vai disputar o Brasileirão e ainda tem muito o que melhorar para se equiparar aos rivais. Mas o Porco mostrou que tem sangue nas veias. E o torcedor adora isso.