Enquete realizada com brasileiros mostra atitudes que mais incomodam passageiros durante voo
Durval Ribeiro, da Quadrante Turismo (Gustavo Tílio/ Especial para AAN )
Uma pesquisado site de viagens TripAdvisor aponta que os brasileiros não tem muita paciência com crianças quando se trata de viagens aéreas. O levantamento feito este ano com 1,3 mil pessoas mostra que 21% dos entrevistados se sentem incomodados com crianças que chutam a parte de trás dos assentos. Outros 7,5% disseram que o barulho delas pertuba também e outros 16% apontam que pagariam até um pouco mais pela passagem se não houvesse crianças no voo. A enquete mostra outros fatores irritantes, como conversas altas, 12%, e o bloqueio do corredor por parte dos passageiros que querem colocar as malas no compartimento acima dos bancos, 11%. De acordo com o consultor de viagem da Quadrante Turismo, Durval Ribeiro Junior, o ranking das reclamações do site bate com o dos seus clientes. “Crianças empurrando o banco de trás é realmente muito desagradável e muitos apontam como sendo um dos maiores problemas durante os voos longos”, informa Durval.Entre outros pontos, as conversas altas também marcam presença. “Normalmente, as pessoas preferem dormir durante a viagem e isso atrapalha demais”, comenta o consultor, que não esquece de citar outro grande incômodo entre passageiros: A falta de respeito ao espaço reservado para bagagens de mão. “ É um dos pontos que mais chama a minha atenção porque tem passageiros que ocupam todo o espaço. Por exemplo, em vez de colocar a mala na horizontal, ele coloca na vertical”, explica. Renata Pimentel, gerente comercial da Adriana Turismo reforça os resultados da enquete e acrescenta que “O excesso de bebida também é um fator que incomoda. Quem passou por alguma experiência desagradável sabe como ninguém o que é encarar um passageiro sem-noção, desesperado ou com falta de respeito. O Turismo ouviu algumas destas histórias Lauro Soares - Cabeleireiro"Uma vez viajei com uma criança chutando a parte de trás do meu assento toda a viagem. Pedi educadamente ao pai que ela parasse e ele ainda me disse que eu teria que aguentar só mais um pouquinho. Foram muitos chutes fortes o tempo todo. Acho que criança é mesmo impaciente, cabe ao adulto entender, mas tudo tem limite e quem tem que aguentar criança mal-educada e mimada são os pais e não os outros.” Sandro Eduardo Crepaldi - Gerente de negócios"Em um voo de Manaus para Campinas conheci uma senhora que estava indo para a festa do Pai Eterno pagar uma promessa. Quando entrei na aeronave, vi que estava na poltrona da saída de emergência e não reclinável e solicitei que me trocassem de lugar. Foi quando sentou-se ao meu lado a senhora, cuja fé e devoção me cativaram. Ela veio rezando o terço a viagem toda. Ela me ensinou uma oração do Interior do Pará e eu retribuí com uma mensagem de um santinho que tinha na carteira de Nossa Senhora Desatadora dos Nós. Foi um voo santo.” Marianne Piemonte - Jornalista"Sentei ao lado de um senhor superobeso. No meio da viagem ele dormiu, relaxou e tomou metade da minha poltrona. Como se não bastasse, não segurou os gases. Eu tive um chilique, fiz um escândalo e terminei a viagem na classe executiva.” Flávio Pellegrino - Empresário“Após horas de espera na sala de embarque consegui viajar de Milão para o Brasil e a primeira vista a poltrona à esquerda estava vazia. Rezei para todos os santos que conheço para que o embarque terminasse logo e não chegasse ninguém. Minha alegria durou pouco. O camarada da poltrona ao lado estava espremendo a minha bagagem de mão para tentar acomodar a sua, uma mochila que mais parecia o equipamento de um alpinista. Não deu nem tempo de esboçar uma reação quando ouvi um estalo fatal: o cara ajeitou a sua bagagem com tanta delicadeza, que partiu as barras de chocolate que comprei no freeshop. Não bastasse isso, ele se acomodou confortavelmente na poltrona e tirou os sapatos. Preciso descrever o cheirinho que saiu daquele tênis? E antes de servissem o jantar ele já estava dormindo encostado no meu ombro. Foi a partir desse dia que decidi: classe econômica nunca mais.”