Coluna publicado na edição de 5/5/18 do Correio Popular
Guarani e Ponte Preta largaram mal na Série B. Dos nove pontos disputados em três rodadas, conquistaram apenas três. Ocupam posições intermediárias, mais próximos da zona de rebaixamento do que do G4. Nada disso, porém, afetou as equipes durante a semana que antecedeu o grande jogo de hoje, no Brinco de Ouro. O Dérbi pesa tanto que diretorias e torcidas reagiram com extrema e incomum tolerância ao início ruim na Série B. Mas, da mesma forma que teve a capacidade de gerar paciência, o Dérbi vai multiplicar a pressão sobre aquele que sair derrotado após o apito final de Leandro Pedro Vuaden. No papel, o vencedor do Dérbi 191 ficará com apenas três pontos a mais do que o rival, uma diferença pequena no início de uma competição com 38 rodadas. Na teoria, a situação de ambos seguirá semelhante. Na prática... Tudo o que foi tolerado até aqui será cobrado em dobro. Se o jogo não terminar empatado, uma das equipes fechará a quarta rodada com três derrotas. Longe de ser confortável, a situação também não será irrecuperável, claro. Mas a derrota para o rival, no primeiro clássico em cinco anos, exercerá enorme pressão no perdedor. A tolerância se transformará em insatisfação extrema e incomum. Da mesma forma, o vencedor será impulsionado por uma enorme dose de euforia. Ter 50% de aproveitamento não é nada animador (na Série B de 2017, um rendimento próximo a esse deixou o Vila Nova em 7º lugar), mas mesmo assim os jogadores e a comissão técnica vencedores terão dias de trabalho com muita confiança e tranquilidade pela frente. O Dérbi, portanto, tem um peso enorme. E como cada equipe vai buscar a tão desejada e valiosa vitória? Dentro de casa e com o retorno de peças que ainda não estrearam na Série B, o Guarani deve propor o jogo. Tem sido assim desde o início da temporada e os resultados são muito bons. O Bugre tem aproveitamento de 84,4% no Brinco de Ouro, onde vem de uma sequência com seis vitórias e um empate. Além da característica de jogo, o estádio lotado também tende a empurrar o time ao ataque. A Ponte Preta, por sua vez, tem melhores resultados fora de casa. Das 13 partidas que disputou como visitante em 2018, venceu quatro, empatou seis e perdeu apenas três. Marcou mais gols do que sofreu (9 a 8) e, portanto, é uma equipe que sabe se defender e consegue jogar por uma bola. Das quatro vitórias como visitante, três foram por 1 a 0. Que o confronto 191 seja digno da bela história do Dérbi.