JULIANE CERASOLI

O outro Felipe

Julianne Cerasoli
28/09/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 01:56
ig - JULIANNE CERASOLI (CEDOC)

ig - JULIANNE CERASOLI (CEDOC)

Enquanto Felipe Massa briga por uma vaga na Lotus e estuda possibilidades em equipes médias como Williams, Sauber e Force India, o outro piloto brasileiro com chances de estar na Fórmula 1 ano que vem, Felipe Nasr, deve trilhar um caminho distinto. Único representante do país na principal categoria de acesso, a GP2, o brasiliense de 21 anos busca um lugar como terceiro piloto para a temporada que vem.Atualmente em seu segundo ano na GP2 e na terceira colocação no campeonato – tendo chances apenas matemáticas de conquistar o título na última prova, em Abu Dhabi, em novembro – Nasr não considera permanecer na categoria-escola. Para quem cerca o piloto, Nasr não teria muito o que aprender em uma terceira temporada na categoria e precisaria acumular experiência trabalhando dentro de uma equipe de Fórmula 1.Vale lembrar que Nasr é muito provavelmente o piloto mais bem preparado do Brasil dos últimos 10 anos, tendo todos os passos de sua carreira cuidadosamente cuidados por Amir Nasr, seu tio e figura experiente no meio. Saiu cedo do país para correr na Alemanha e na Inglaterra, sempre com um bom aporte financeiro e conquistando títulos, antes de seguir para a GP2. O plano sempre foi fazer duas temporadas em cada categoria até chegar à Fórmula 1.Porém, apesar da consistência, Nasr não venceu corridas nestes dois anos e não conseguiu impressionar os chefes de equipe da F-1. É bem visto no meio, mas há quem duvide que seja bom o bastante para a categoria máxima.Mas o piloto conta com alguns pontos a seu favor. Nasr sempre teve patrocinadores fortes e que demonstraram interesse em um negócio a longo prazo. Além disso, o próprio promotor da F-1, Bernie Ecclestone, reconheceu que a manutenção de brasileiros no grid é comercialmente interessante para a categoria.E o que o chefão da F-1 quer também é o plano do staff de Nasr: um ano participando de treinos livres em uma equipe média para mostrar serviço e ser efetivado em 2015. É um bom caminho e o histórico recente de novatos que se firmaram na Fórmula 1 comprova esta tese. Paul Di Resta, Nico Hulkenberg e Valtteri Bottas ganharam experiência andando às sextas-feiras e acabaram sendo efetivados em Force India e Williams, respectivamente.Essa possibilidade se torna mais atrativa em 2014, quando os treinos livres ganharão meia hora justamente para dar mais chances aos novatos. Pode ser um bom negócio para ganhar experiência, manter-se no radar das equipes sem ter de se arrastar no final do grid com equipes nanicas.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por