O novo horário do futebol

A CBF anunciou no início do mês o calendário da temporada 2019. A novidade de maior impacto é que os jogos no Brasil começarão no máximo às 21h30 e não mais às 21h45. Esse será o assunto principal da coluna de hoje. Outra mudança que considero positiva é a redução para uma semana do intervalo entre as partidas de ida e volta das quartas de final, semifinais e finais da Copa do Brasil. É muito ruim quando jogos importantes são separados por duas semanas ou mais porque o tempo quebra o clima de decisão e esfria o envolvimento das torcidas e dos times. Com a mudança, o campeão da Copa do Brasil será conhecido na primeira quinzena de setembro, sem coincidir com as partidas decisivas dos torneios internacionais. Isso será muito bom para reduzir o desgaste dos jogadores. Na atual temporada, várias equipes tiveram sucessivos jogos importantes em poucas semanas. Mas a principal novidade é o horário. Em seu comunicado oficial, a CBF definiu o novo horário das 21h30 como uma “boa notícia” para “clubes, atletas e torcedores”. Evidentemente, a entidade não incluiu na lista de beneficiados a TV Globo, sua principal e histórica parceira comercial. A redução de 15 minutos nem é tão significativa assim para o público, mas é uma eternidade nos ajustes que a emissora terá que fazer em sua grade de programação. O futebol nas noites de quarta é um dos campeões de audiência da Globo e tenho certeza que o número de espectadores seria bem maior se os jogos começassem no máximo às 21h. O horário das 21h45 é péssimo para quem vai ao estádio e muito ruim também para quem fica em casa e tem que acordar cedo para trabalhar no dia seguinte. A mudança de 2019 traz um pequeno alívio nesse aspecto. Melhora, mas não resolve. O futebol desperta a atenção de milhões de torcedores em todo País, movimenta fortunas e é um excelente negócio para a TV. Globo e CBF deveriam discutir o assunto e encontrar uma fórmula que atenda os interesses de todas as partes. Fazer com que os jogos comecem mais cedo pode dar um pouco de trabalho, mas traria muitos benefícios. Moramos em um País que ainda tem sérios problemas no transporte público e também na segurança. Um jogo que comece às 21h30 e tenha disputa de pênaltis, por exemplo, ainda vai complicar o retorno para casa de muita gente. E, começando mais cedo, os jogos teriam maior audiência e maior repercussão nas redes sociais e nas conversas dos torcedores no dia seguinte. Grandes jogos devem ser vistos pelo maior número possível de torcedores.