O mínimo que se espera do Guarani

O Guarani fez uma campanha muito abaixo da expectativa na Série A2. Ao contrário do que aconteceu no Paulistão e na Série C do ano passado, até que o planejamento não foi tão ruim. A montagem do elenco foi bem melhor e, apesar de carências em uma ou outra posição, o Bugre tinha time para brigar pelo acesso. Durante boa parte da competição, o time rondou o G4, mas, de repente, o rendimento caiu vertiginosamente e só na penúltima rodada, a equipe eliminou qualquer risco de rebaixamento.Difícil determinar, do lado de fora, quais fatores não apenas tiraram o time de briga pela classificação, como também o fizeram despencar na tabela. Se tivesse vencido o Red Bull naquele jogo em que abriu vantagem de 2 a 0, o Bugre teria se igualado ao Toro Loko. Hoje, estão separados por incríveis 15 pontos, diferença que no sábado pode cair para 12 ou subir para 18. Em qualquer cenário, é uma diferença muito grande para dois concorrentes que estavam tão próximos na 13ª rodada.É evidente que o atraso nos salários atrapalha o rendimento de qualquer time. Não adianta dizer que em mil novecentos e bolinha tal equipe subiu sem receber durante seis meses. Casos assim são raros e não devem, por motivos óbvios, servir de exemplo.Ao que tudo indica, a disputa política também atrapalhou bastante. A situação do Guarani já seria muito difícil com todos remando para o mesmo lado. Se cada grupo vai para um lado, sem se preocupar com os interesses da instituição, os reflexos aparecem no campo.O Guarani chegou a afastar Jorge Luiz, uma de suas melhores contratações na temporada, para depois reintegrá-lo. Decisão precipitada, que provoca desgaste não apenas ao zagueiro, mas a todo o elenco. Menos mal que tenha sido reincorporado ao elenco. Tem tudo para ser um dos melhores da posição na Série C.Mas antes de pensar em Série C, o Bugre joga, nesta quarta-feira, pela Copa do Brasil. Recebe o Santa Rita, time que faz fraca campanha no Alagoano e vem a Paulínia desfalcado.Para seguir na competição, o Guarani só precisa de uma vitória por qualquer placar. Depois de tantas campanhas ruins seguidas, o Guarani precisa dar o seu máximo para ir o mais longe possível na Copa do Brasil.Uma boa campanha vai dar mais dinheiro ao clube, confiança ao time e, ao menos, um pouco de satisfação à torcida, com a qual o Guarani está em dívida. Já passou da hora de o clube mostrar competência para fazer o mínimo, mas o mínimo mesmo, que se espera dele.