MEMÓRAVEL

O mestre da imagem

07/04/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 21:57

O ano de 1850 foi decisivo para o início da popularização da fotografia em Campinas por conta de inovações nos processos fotográficos, todas decorrentes do princípio negativo-positivo e introduzidas por vários pesquisadores.

Como lembra Duílio Battistoni Filho no livro 'Vida Cultural em Campinas' (1920-1932), nos anos 70 do século XIX, a cidade recebeu um fotógrafo criativo que abriu, em 1862, o estabelecimento Photographia Campinense, na Rua Direita. Ele era sueco e se chamava Henrique Rosen.

Para suprir a ausência de luz natural no estúdio, Rosen recorria a janelas envidraçadas e claraboias. Ele regulava a luminosidade por meio de cortinas e painéis para o rebatimento da luz, eliminando sombras indesejáveis ao criar efeitos diferenciados na imagem do retratado. Em muitos casos, o profissional acrescentava retoques para corrigir uma marca pessoal, destacar e introduzir detalhes.

Usava, por exemplo, buquê de flores e joias nas produções. Seu estúdio era uma espécie de camarim e palco, novidade para a população que admirava seu trabalho.

Auxiliado no início pelos doutores Otto Langaard e Dupfer, Rosen tornou-se também fotógrafo ambulante. Casou-se com Luiza, que se transformou em sua colaboradora. Mantinha-se atualizado e viajava para a Europa com frequência. Trabalhava com material importado e dominava a técnica com desenvoltura. Num de seus anúncios publicitários, de 1875, informava que voltava da Europa, onde tivera a oportunidade de estagiar em estúdios de Londres, Paris e Berlim.

Na obra 'A Cidade: os Cantos e os Antros', o memorialista José Roberto do Amaral Lapa informa que o sueco tirava fotografias instantâneas – na Europa, isso ainda era objeto de experiências, enquanto os resultados por aqui eram muito bons graças às chapas usadas, procedentes dos melhores fabricantes.

O sucessor de Rosen, que ficou na cidade até 1890, foi o alemão Julius Nickelsen, de Hamburgo.

Coloridos por pintor

Rosen fazia retratos todos os dias – “mesmo os chuvosos” – e os de tamanho natural e meio natural eram “coloridos a óleo por pintor habilidosíssimo”, como afirmava sua propaganda. “Garante-se a duração do trabalho e não se exige que o freguês aceite um retrato que não tenha igual perfeição que os melhores da corte e da Europa.”

Fotografia como hobby

O hobby de Austero Penteado era a fotografia. Ele nasceu em Campinas em 5 de julho de 1859 e morreu em 18 de agosto de 1949. Era filho de Floriano Camargo Penteado e Carolina Miquelina de Andrade. Fazendeiro em Campinas e São Paulo, foi benemérito da Santa Casa de Misericórdia de Campinas, para a qual doou a maior parte de seus bens. Casou-se com sua prima Carolina Prado Penteado e não teve filhos. O Hospital Irmãos Penteado foi assim denominado em homenagem a ele e seus irmãos. A Rua Austero Penteado fica no Bonfim.

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