MEMORÁVEL

O mar como sepultura

02/06/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 14:04

Em 1° de julho de 1977, o jornal Correio Popular noticiava a abertura de uma exposição dos trabalhos de Francisco Bayardo, nascido em 1905 e morto em 1926, aos 21 anos. A mostra organizada na Galeria do Centro de Convivência Cultural de Campinas reunia 40 obras, entre pinturas e desenhos, do campineiro que era considerado uma das mais expressivas figuras das artes no Brasil.

O crítico de arte José Bertazzo resumiu a vida de Bayardo em poucas linhas: "Uma história breve demais que se conta num só fôlego, como um hai kai japonês. Francisco Bayardo nasceu em Campinas em 1905. Em 1926, a vida dele estava encerrada."

Bayardo (foto) morreu no dia 28 de maio, quando se dirigia para a França, no gozo do Prêmio de Viagem Caminhoá, conquistado pela Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro. O transatlântico Curvello afundou antes de chegar ao porto de Lisboa e o corpo do jovem teve o mar como sepultura.

Descendente de uma família da Ilha da Madeira, ele herdou da avó materna, Virgínia de Barros Henriques, o gosto pela cultura e a grande habilidade artística.

Aos 10 anos, já fazia esboços e tentativas gráficas. Aos 13, mudou-se para o Rio de Janeiro para, dois anos depois, matricular-se no curso de pintura na Escola Nacional de Belas Artes.

No início, fez retratos como Isabel de Xale, dedicado à irmã, Isabel. Dentro do espírito impressionista, pintou cenas rurais e interiores de residências.

Destacou-se mais na paisagem do que no retrato e a escultura em baixo-relevo foi outra paixão de sua curta existência. A pedido de Teixeira Mendes, Bayardo pintou, em 1923, as imagens de Confúcio, Buda, Newton e Maomé.

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