O Guarani alcançou seu objetivo no início da Série C. Ao empatar com o Madureira no Rio e derrotar o Mogi Mirim no Brinco de Ouro, o Bugre parte para o repouso da Copa das Confederações com 4 pontos, dentro da zona de classificação no Grupo B. Largada importante para quem tem a ambição de subir e também para quem vem de duas competições desastrosas. Dar um sinal de força era fundamental para elenco, diretoria e torcida ganharem confiança.
O primeiro encontro do novo Bugre com a torcida foi positivo. A atuação de domingo não foi brilhante, mas, além de conquistar os três pontos, a equipe demonstrou duas virtudes: a eficiência na marcação e a disposição para brigar por cada bola.
Tecnicamente, a defesa funcionou bem nos dois jogos e o ataque precisa evoluir. Tarcisio Pugliese tem um mês para fazer com que o time seja capaz de finalizar mais. Os três meias até jogaram bem, mas o time finalizou poucas vezes.
A torcida, porém, deve ter deixado o Brinco mais satisfeita mesmo com o empenho da equipe. Os jogadores passaram para a arquibancada a sensação de que estão muito felizes pela oportunidade de defender um clube com a história do Guarani. Aplicados, correram o tempo todo e ao final foram agradecer o apoio do público, o maior registrado pelo clube na temporada contra times pequenos. Em 2013, o Brinco só recebeu mais do que 3.867 pagantes nos clássicos contra Ponte Preta (7.020), São Paulo (4.736) e Corinthians (6.379).
A diretoria precisa aproveitar esse interesse inicial para fortalecer essa parceria time/torcida. Para isso, precisa cumprir sua obrigação de manter os salários em dia. No Paulistão, o Guarani não teve um time. Teve um bando de atletas desestimulados que só queriam saber quando poderiam ir embora. Agora é diferente. O elenco está empolgado, o técnico quer mostrar serviço e todos estão trabalhando duro para alcançar os objetivos. É fundamental manter esse espírito no vestiário.
Na arquibancada, a diretoria também precisa ficar atenta a alguns detalhes. Muitos torcedores só conseguiram entrar na metade do 1º tempo, o que é inadmissível. Não adianta responsabilizar a metodologia da PM na revista dos torcedores ou o jogo do Brasil, que fez com que muitos torcedores chegassem ao estádio minutos antes da partida.
O torcedor compra ingresso do Guarani e quem tem a responsabilidade de oferecer um mínimo de conforto ao público é o Guarani.
As filas mal organizadas e o tumulto na entrada são problemas que não podem existir, primeiro pela falta de respeito ao consumidor e também porque isso pode afastar torcedores das partidas seguintes.
O caso do torcedor que não conseguiu entrar na vitalícia porque estava de muletas é um retrato da falta de preocupação com o público. O Guarani tem que ter a torcida ao seu lado. E para isso precisa, no mínimo, permitir que o torcedor que compra ingresso tenha o direito de assistir ao jogo do início ao fim. Não é pedir demais.