Filme, que estreia em maio, provoca alvoroço pelos adereços e figurino usados pelos personagens
Prestes a sair do forno, em maio, um dos filmes mais esperados pelos fashionistas, a adaptação de Baz Luhrmann de "O Grande Gatsby", romance de F. Scott Fitzgerald, já dita tendências. Nas principais vitrines do mundo e em passarelas de coleções como Gucci e Ralph Lauren podem ser vistas influências dos anos 20, a chamada "Era do Jazz", época em que se passa o livro.
A "febre Gatsby" não se dá por acaso. O diretor Baz Luhrmann muniu-se de grandes parcerias para a realização de sua direção de arte e figurino. Em conjunto com sua mulher, a figurinista Catherine Martin, encomendou joias desenhadas pela Tiffany&Co. e figurino assinado por Miuccia Prada, sua amiga de longa data.
As joias do filme são, segundo a diretoria da joalheria, todas verdadeiras. Pedido do próprio diretor, que fez questão de não trabalhar com réplicas. Carey Mulligan - que interpreta a protagonista Daisy Buchanan - afirmou, em vídeo exibido para jornalistas, que modificou todos seus gestos por estar usando peças muito valiosas. "Quando você está com uma anel que vale US$ 500 mil nos dedos, procura movimentos mais delicados", afirma.
O entusiasmo do diretor se estendeu à Tiffany&Co. e à Prada. A tradicional joalheria americana pegou carona na tendência e baseou na "Era do jazz" toda sua coleção de luxo. Algumas peças iguais às do filme poderão ser adquiridas pelo público. Entre os destaques, um headband feito para Daisy, típico dos anos 20, que custa US$ 200 mil e um luxuoso colar de pérolas de US$ 20 mil. As pérolas, afirma Luhrmann, são o símbolo da feminilidade.
"No livro, Tom Buchanan presenteia Daisy com muitas pérolas, que na época representavam o casamento", diz. Outro fator que chamou a atenção do diretor e da figurinista foi o fato de o próprio Fitzgerald ser um consumidor de joias da marca. "Era uma loja borbulhante. Não poderia ser mais perfeita para criar as peças do filme", conta.
Já a colaboração com Miuccia foi natural. Mais de 40 peças foram criadas para os personagens de Carey Mulligan, Leonardo Di Caprio e Tobey Maguire, inspiradas em coleções dos últimos 20 anos da Prada e Miu Miu. Para os modelitos foram usados muitos brilhos de cristais, veludo e franjas, típicas da era do jazz. Catherine Martin afirma que uma das maiores preocupações do diretor é que o figurino não fosse caricato.
"Não queríamos que ficasse parecido com uma festa cheia de gângsteres e melindrosas, e Miuccia levou um olhar inovador para o universo dos anos 20", conta. "Ela é revolucionária, pensa o comportamento da mulher por meio das roupas, discussão que estava começando naquela época."
Segundo o diretor revelou em encontro com a imprensa, o filme mostrará um olhar para o futuro. "Quis explorar uma visão moderna da década de 20. Tentar transmitir para o público o quanto Fitzgerald foi revolucionário naquela época", conta. "O jazz era algo subversivo, diferente, estranho e inovador. Fitzgerald era um adorador da modernidade, de tudo que era dinâmico".
Essa será a quinta versão de O Grande Gatsby para o cinema; a estrelada por Robert Redford e Mia Farrow, em 1974, ganhou os Oscars de figurino e trilha sonora em 1975.