ZEZA AMARAL

O futebol e a esperança

Zeza Amaral
15/06/2015 às 21:21.
Atualizado em 23/04/2022 às 10:36

Quase dez mil torcedores da Ponte Preta estiveram na manhã do último domingo para ver a Majestosa Ponte Preta entrar em campo. Nem tanto pelo jogo, o bom da vida é saber que o meu time, mais uma vez, entrou em campo. São quase cento e quinze anos, a serem completados no próximo agosto, de honra e respeito à bandeira alvinegra. Há quem goste de ganhar títulos e cair pelas tabelas da vida. E somos o que somos e vamos levando a vida que se deve levar; nem tanto ao mar nem tanto à terra, apenas cumprindo a tabela do tempo, honrando as camisas que já foram de Ciasca, Carlos, Sérgio Guedes, Waldir, apenas para ficar naqueles solitários homens que fizeram suas vidas debaixo de um travessão. E que seja bem-vindo o Marcelo Lomba! A manhã dominical veio azul e acordei um pouco tarde. Vi o jogo pela tevê e comentava-se nela que a temperatura subia a cada minuto da partida. E vi um dos melhores zero a zero da vida, com o Goiás adiantando a sua marcação e a Ponte Preta tentando recuperar o meio de campo. Futebol sempre termina empatado ou com a vitória de um time. E derrotados saem os torcedores quando o espetáculo é de baixo nível. E isso não aconteceu: Goiás e Ponte buscaram a vitória e empataram. Quem ganhou foram os amantes do futebol, que viram um jogo de estratégia, sem retranca e ofensivo. Melhor perder jogando bem do que ganhar jogando mal — coisa que só leva ao desengano. E o empate sempre é uma boa lição para quem está se achando invencível. Guto Ferreira sabe disso e bem saberá aconselhar seus meninos quanto ao fato. À tarde, Brasil e Peru. Ou melhor, Neymar e Peru. Dunga mexeu dali, mexeu daqui, e nada de nada. David Luiz e Daniel Alves, os ditos consagrados pelas suas assessorias de imprensa e marketing, aos quais me refiro como os inimputáveis da seleção brasileira, são os mambembes internacionais do futebol brasileiro. Ganham bem (e isso não é demérito), mas, jogam mal pelo que ganham (o que é uma ofensa a centenas de milhares de jogadores de várzea do país). Eles não têm culpa de suas lambanças, é claro, visto que estão na seleção porque Dunga os convocou. E o Brasil ganhou porque depende do menino Neymar que, penso eu, vem travando uma luta solitária para recuperar o respeito que o futebol brasileiro já perdeu há muito tempo; a mesma missão, aliás, que tem o Messi quanto ao futebol argentino. Não trato aqui de vitória ou derrota, mas, de respeito aos amantes do futebol. Enfim, se futebol houve no último domingo, isso aconteceu no Majestoso. Ainda há esperança. Foi um jogaço!

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