Sessão de Cinema

O Festival de Gostoso

O adjetivo (que virou substantivo) acoplado ao nome da cidade de São Miguel do Gostoso (RN) lhe cai tão bem que fica difícil não associ&aac...

João Nunes
20/11/2014 às 12:05.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:38

O Festival de Gostoso (João Nunes)

O adjetivo (que virou substantivo) acoplado ao nome da cidade de São Miguel do Gostoso (RN) lhe cai tão bem que fica difícil não associá-la a palavras que remetem à sensação de prazer. Afinal, e sem trocadilho, tudo parece gostoso – não por acaso, a expressão acabou incorporada como chamariz de vendas aos inúmeros estabelecimentos comerciais, que pode ser uma loja de motos, um bar ou um supermercado.

E, de fato, tudo é bom. O mar, as pequenas praias, o povo que recebe bem, as pessoas que nos cumprimentam na rua e querem saber de onde somos e nos dão boas-vindas, os muitos restaurantes de comidas deliciosamente caseiras, os peixes frescos, a sensação segurança, e os bolos, igualmente caseiros, servidos em cafés e nas pousadas. Enfim, tudo em São Miguel faz justiça ao nome.

E, claro, teve a 2ª Mostra de Cinema de Gostoso, que terminou na terça, dia 18, evento por si só inusitado, pois os filmes da competição de longas e curtas são exibidos na praia – e os vencedores são escolhidos pelo público. Há um encantamento que eu nunca havia experimentado em nenhuma outra sessão de cinema.

Além do céu de estrelas que parece mais próximo do que está, na sessão em que foi exibido Noite do Chupacabras (Rodrigo Aragão) apareceu uma lua minguante inigualável – não perguntei ao diretor, mas ele deve ter achado o máximo.

E devo fazer um comentário pessoal. Normalmente sou sempre muito bem tratado nos festivais. São equipes maravilhosas que atendem a todas as necessidades dos jornalistas que estão lá a trabalho e resolvem com boa vontade quaisquer problemas.

Mas em São Miguel, talvez pela energia boa inerente ao próprio lugar e, talvez, pelo fato de ser um festival ainda jovem e de dimensões menores, a atenção, o cuidado e o carinho de toda a equipe me pareceu excepcional – chegou a ser comovente.

Por compromissos assumidos anteriormente, tive de voltar dois dias antes e, quando eu deixei a cidade, lamentei não poder ficar – o que me deu enorme vontade de voltar. E o farei se Deus quiser.

Por fim, tem o componente que é a alma do projeto dirigido pelo cineasta Eugênio Puppo, que são os cursos de cinema ministrados a 52 jovens da cidade e região durante o ano e o envolvimento deles na infra-estrutura do festival. A iniciativa é uma injeção de ânimo em jovens que não enxergavam muito futuro e, hoje, conseguem vislumbrar horizontes.

Foi bonito demais vê-los fazendo todas as tarefas de infra-estrutura com alegria e disponibilidade sabendo que aquilo lhes pertence de fato. E ainda se orgulharam de abrir o festival com o curta Entre Lonas, simples na confecção, mas de enorme riqueza nos significados. Vida muito longa à Mostra de Cinema de Gostoso.

Saiba Mais

Os vencedores da 2ª Mostra de Cinema de Gostoso

Melhor Longa Metragem

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (foto), de Daniel Ribeiro (SP)

Melhor Curta Metragem

O Menino do Dente de Ouro, de Rodrigo Sena (RN)

Abraço de Maré, de Victor Ciriaco (RN)

Menção Honrosa

Dominguinhos, de Joaquim Castro, Eduardo Nazarian e Mariana Aydar (SP)

* O jornalista viajou a convite do festival

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