JOGO RÁPIDO

O erro técnico e o erro desonesto

Coluna publicada na edição de 14/2/19 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
14/02/2019 às 01:00.
Atualizado em 05/04/2022 às 00:20

A Ponte Preta foi eliminada logo na primeira fase da Copa do Brasil porque, jogando muito mal, foi incapaz de ao menos empatar com o Aparecidense na terça-feira. O futebol pobre e preocupante que o time mostrou em Aparecida de Goiânia será tema para outra coluna. Hoje, é necessário lamentar o péssimo trabalho de arbitragem. Já é incrível que o bandeirinha e o árbitro Léo Simão Holanda não tenham visto que Hugo Cabral estava impedido no lance do gol marcado pela Ponte aos 44’ do 2º tempo. No lance do gol, o bandeirinha certamente não viu o atacante da Ponte em condição ilegal. O mais provável é que tenha prestado atenção apenas em Thalles, que recebeu a bola na cara do goleiro. Nesse instante, o bandeira deve ter olhado apenas para a bola e o centroavante, sem notar o posicionamento de outros defensores e atacantes. Thalles perdeu a chance, a bola bateu na trave e sobrou para Hugo Cabral, completamente impedido, marcar o gol. Como não havia notado a posição do jogador antes, o bandeira deu o gol e ignorou a ostensiva reclamação dos jogadores do time da casa. Nesse momento, já deveria ter parado para discutir o lance com o árbitro, mas preferiu confirmar o gol. Errou feio, mas ao menos o fez imaginando que tomou a decisão certa. A reclamação continuou, o delegado da partida entrou em campo e disse alguma coisa para o bandeirinha, que imediatamente mudou de opinião. Esse foi o erro mais grave. Ao mudar a própria decisão após um aviso, o bandeira fez algo que sabe que não poderia fazer. Ao dar o gol, a arbitragem falhou por ser ruim. Ao anulá-lo, foi desonesta. O que a CBF pode fazer para impedir que esse tipo de atitude continue a manchar a imagem da arbitragem brasileira, já que não foi a primeira vez que houve forte indício de interferência externa? Existem dois caminhos. O primeiro é a implantação do VAR no maior número possível de competições. Não é possível que um torneio com premiação tão alta não tenha recursos para investir em tecnologia na arbitragem. O outro caminho, provisório, deve ser a expressa determinação para que delegado, quarto árbitro e afins em nenhuma situação tentem mudar uma marcação com base em informações externas. Afinal, como se sabe, isso é proibido pela Fifa. Jamais um delegado deveria entrar em campo para “ajudar” o bandeirinha. A outra sugestão é que os árbitros também sejam orientados a assumir as próprias falhas e que ignorem totalmente esse tipo de “ajuda”. O erro técnico sempre será menos pior do que o erro desonesto.

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