JOGO RÁPIDO

O dinheiro, cada vez mais, está na Série A

Coluna publicada na edição de 29/9/18 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
29/09/2018 às 00:02.
Atualizado em 22/04/2022 às 00:28

A Ponte Preta anunciou, em abril de 2016, a assinatura de contrato com o Esporte Interativo. O acordo vai de 2019 a 2022 e será válido nos anos em que o clube estiver na Série A. O canal, que pertence ao grupo Turner, adquiriu os direitos de transmissão do Brasileirão em TV fechada a partir da próxima temporada. Em abril de 2017, o Guarani assinou com a mesma emissora. Recebeu R$ 1,9 milhão de luvas e anunciou que receberá R$ 20 milhões por temporada em que estiver na Série A, também entre 2019 e 2022. Além disso, em caso de acesso, os dois também terão recursos da TV aberta e do pay-per-view. Apenas esses três contratos e mais os prêmios turbinados da Copa do Brasil já seriam suficientes para garantir a qualquer um dos dois o que seria, de longe, o maior orçamento de suas histórias. Como se não bastasse, a CBF anunciou na noite de quinta-feira a assinatura de um contrato de comercialização dos direitos internacionais de publicidade estática do Brasileirão. O acordo foi assinado com a BRFOOT Mídia e, segundo a CBF, trará mais de meio bilhão de reais ao futebol brasileiro em quatro anos. Segundo comunicado divulgado pela CBF, o contrato prevê o repasse de um valor aos clubes ainda este ano, a título de luvas, e um pagamento anual pelos próximos quatro anos. A parte mais importante do comunicado destaca que a “divisão será feita de forma igualitária entre todos os clubes participantes.” Isso significa que, chegando à Série A, os clubes de Campinas receberão mais de R$ 6 milhões por ano só por esse acordo, sem contar os outros três contratos de TV, prêmios da Copa do Brasil e contratos de patrocínio. É um orçamento incomparavelmente superior ao disponível para os dois clubes na Série B deste ano. Só esse novo contrato anunciado pela CBF supera o que Guarani e Ponte receberam pelos direitos de transmissão da Série B em 2018. Disputar a Série A sempre será muito difícil, já que os grandes recebem valores bem maiores. Mas, se souber gerenciar recursos que nunca teve, o futebol campineiro poderá não apenas montar elencos de boa qualidade, como também investir nos CTs e em outros departamentos. Quanto mais modernos, mais competitivos os dois clubes serão. Disputar a divisão de elite sempre foi, por razões óbvias, um desejo permanente. Mas chegar à Série A agora é ainda mais importante. A segunda divisão melhorou nos últimos anos e é muito superior à terceira. Mas a distância para a primeira não para de crescer. O dinheiro está na Série A.

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