Dia da Vitória , 8 de maio, relembra a gloriosa participação da FEB, Força Expedicionária Brasileira, na II Guerra Mundial e a vitória das Forças Armadas, após seis anos de luta, que enlutou o mundo, destruindo alguns milhões de vidas. Acompanhei pelos jornais e pelo cinema todos os pormenores da guerra, que estalou em setembro de 1939. Um ano antes, na Conferência Internacional de Lima, os povos já buscavam sua unidade espiritual, e já realizavam a política da boa vizinhança , preconizada pelo presidente Roosevelt. E quando irrompeu o conflito internacional, provocado totalitarismo europeu, os chanceleres das Repúblicas Americanas, reunidos no Panamá, firmaram solenemente, em outubro de 1939, a posição de neutralidade geral de seus países. Os totalitários começaram e alcançaram vitórias em 1939 e 1940, e tudo parecia indicar implantação de uma nov ordem mundial, à moda de Hitler e de Mussolini . Mas, em 7 de dezembro de 1941, o traiçoeiro ataque a Pearl Harbour pelas forças japonesas mudou tudo. O Brasil, honrando seus compromissos no campo internacional, anunciou, em janeiro de 1942, o rompimento de relações com a Alemanha, o Japão e a Itália. O nosso governo se preveniu de possíveis agressões, que em breve se concretizaram em ataques submarinos contra diversos pontos de nossa costa e contra navios mercantes brasileiros. Em dois dias foram torpedeados cinco vapores, à vista de nossas praias, Vítima destes atos de pirataria morreram mais de seiscentos brasileiros, inclusive crianças. O Brasil, então, declarou guerra à Alemanha e à Itália, em 22 de agosto de 1942. Surgiu a Força Expedicionária Brasileira, FEB, e contra os inimigos ocultos, que apareciam aqui mesmo, apareceu até um aspecto curioso: eles diziam que o Brasil só entraria em guerra no dia em que a cobra fumasse. Nasceu daí o emblema da FEB: uma cobra fumando, emblema que levavam os uniformes de nossos bravos pracinhas. Eles foram bravos nos campos de batalha europeus, e combateram com denodo em Massarosa, Monte Castelo, Castelnuovo e outros lugares. Elogios de seu valor foram proferidos por Churchill e altas patentes militares, como o General Mark Clark. Os episódios daquelas batalhas estão em documentários e livros de guerra. É bom saber que Campinas participou da luta e que de nossa cidade partiram mais de 300 jovens, que integraram a FEB. Alguns dos expedicionários campineiros não voltaram, como Francisco Vitoriano, José Serafim, Oscar Rossim e Paulo Tansini, cujas memórias foram homenageadas e seus nomes dados à ruas da cidade. Os ex- combatentes da FEB fundaram aqui a Associação dos Expedicionários Campineiros, em 28 de outubro de 1945. Relembro estes fatos e muitos mais porque acompanhei pela imprensa o desenrolar daquela guerra distante, das mais sangrentas da humanidade. Recordo-me, a propósito do que disse Einstein no prefácio do livro de Olga Lengyel, prisioneira dos nazistas, mulher corajosa que perdeu toda a sua família em um campo de concentração. O livro chama-se ”Escapei dos Fornos de Hitler”, e no prefácio Einstein disse: “É preciso lembrar aqueles episódios para que nunca mais aconteçam....”