Manuel carlos cardoso - IG (AAN)
Depois da privatização do pré-sal por quem disse em passado recente que isto seria um crime, só mesmo fazendo piada e contando fatos inusitados. Foi na cidade onde é servido o melhor camarão do Brasil que ocorreu o fato. Para chegar lá, o camarão sai de Santos bem pequeno, sete barbas talvez; passa por Itu e fica enorme; vem pra Campinas e fica rosa e fresco; depois chega a Jundiaí, onde adquire aquele enorme chifre. É lá que mora o talentoso jornalista Tote Nunes e provavelmente acompanhou de perto a história.Castaldo, um senhor de 74 anos, morador da região central de Jundiaí, viúvo, pai de sete filhos, uma neta e um bisneto, apaixonou-se por Carmelita, uma cabra de cinco anos de idade. É a segunda cabra que encantou o aposentado. Antes já havia pensado em se casar com Geroma, mas ela morreu. Talvez morasse na ONG do deputado Feliciano Filho. Para Castaldo, a noiva só merece elogios: “Não reclama de nada, não vai ao shopping, não usa cartão de crédito e não fica grávida". Concordo com ele, seria perfeito se ela não fosse uma cabra. Por essa razão, quando anunciou seu casamento, que ocorreria no último dia 14, o fato foi levado ao conhecimento do Ministério Público e uma viatura da Polícia Militar Rural, vinda de Americana, esteve na porta do Aldeia Bar, o que acabou com a festa que ainda não havia começado. O soldado Natanael, da PM Rural, disse que em seus trinta anos de carreira nunca havia visto um caso como este, mas que, em sua opinião o casamento era lícito: “Nós viemos apurar um caso de maus-tratos a animais, mas não poderíamos fazer nada caso o homem estivesse apenas se casando com a cabra, sem que houvesse flagrante de maus tratos”, contou. Mesmo porque, segundo o policial, a competência de afirmar a existência de maus-tratos é do médico veterinário, talvez o Benassi, que não estava presente. Outro que saiu em defesa de Castaldo e de Carmelita foi o delegado Marcel Fehr, titular da DIG de Jundiaí e disse: “Para a polícia agir teria de ser configurada uma denúncia de maus-tratos por meio de entidades de Zoonoses, Vigilância Sanitária ou entidades protetoras de animais. Vê-se a prática de zoofilia livremente em filmes por aí. Não sei se será crime não havendo maus-tratos”. Castaldo continua planejando uma noite de núpcias com Carmelita, mas não fala, nem sob tortura, como será a intimidade do casal. O vestido da noiva está pronto, mas Carmelita já comeu o véu quando estava em um programa de televisão. O bispo e cineasta Toninho do Diabo aguarda nova data para realizar o casório e a festa, com apresentações de bandas de rock e muito regabofe. Meu único receio depois dessa história maluca é que a presidente Dilma repita o vexame que deu no Dia das Crianças, e no Dia do Idoso resolva improvisar dizendo: “Principalmente porque, se hoje é o Dia do Idoso, ontem eu disse que idoso... o Dia do Idoso é dia do filho, do neto, mas também dos animais. Sempre que você olha um idoso, há sempre uma figura oculta, que é uma cabra atrás, o que é algo muito importante”.