JOGO RÁPIDO

O campeão tem que ser o melhor

Coluna publicada na edição de 17/4/19 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
17/04/2019 às 02:00.
Atualizado em 04/04/2022 às 09:02

A nova fase do Troféu do Interior começou em 2006 e nessas 14 temporadas várias fórmulas diferentes foram utilizadas pela Federação Paulista de Futebol para definir o campeão do Interior. Infelizmente, em apenas três das 14 edições o título ficou nas mãos de quem realmente foi melhor. No mais, o “campeão” sempre foi um time com desempenho inferior (na maioria das vezes bem inferior) ao de um ou mais concorrentes. As exceções ocorreram em 2006 (Noroeste), 2015 (Ponte Preta) e 2019 (Red Bull). Na primeira, o campeão do Interior foi aquele com — vejam só — a melhor campanha entre todos os times do Interior. Em 2015, a FPF deu o título ao time de melhor campanha, com exceção dos finalistas. Como a decisão foi entre dois grandes, a Macaca, merecidamente, foi a campeã do Interior. Mas em 2014 o campeão do Interior foi o Penapolense, apesar de o Ituano ter sido campeão paulista. É uma aberração. Por fim, na segunda-feira o Red Bull conquistou o seu primeiro título de campeão do Interior ao vencer a decisão com a Ponte. É justo que o Toro, quinto colocado do Paulistão, tenha ficado com o prêmio de R$ 360 mil e com a vaga na Copa do Brasil de 2020. Mas, apesar de o campeão ter sido o melhor, o regulamento de 2019 também foi muito ruim. Se a Ferroviária tivesse eliminado o Corinthians, por exemplo, teria ficado entre os quatro melhores do Paulistão. E, automaticamente, isso a impediria de ser a melhor do Interior. Para a Federação, o campeão do Interior precisa ser, necessariamente, eliminado em algum momento do estadual.. Com o abismo financeiro cada vez maior entre os quatro grandes e os demais, acho justo que o Paulistão sempre tenha um campeão do Interior. A vaga na Copa do Brasil é bem interessante e acho que a premiação em dinheiro deveria ser pelo menos três vezes maior. Seria um jeito de a Federação premiar seu melhor representante do Interior e ajudá-lo a montar um bom time para o Brasileiro. Só que o campeão tem que ser, necessariamente, o melhor. Fazer um torneio com equipes eliminadas é, mais do que uma idiotice, um desrespeito com a história do Paulistão. Imaginem como seria interessante se a Federação tivesse a relação completa do melhor time do Interior de todas as edições do Paulistão? Infelizmente, esse modelo atual, que premia os eliminados, tem efeito contrário. A FPF terá que mudar a fórmula do Paulistão em 2020, em virtude do novo calendário. Tomara que também tenha a sensatez de dar o título do Interior ao melhor de verdade.

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