JOGO RÁPIDO

O Brasil não deixa de ser favorito

Coluna publicada na edição de 20/6/19 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
19/06/2019 às 18:14.
Atualizado em 31/03/2022 às 00:05

Em casa, a Seleção Brasileira apenas empatou com a Venezuela em um jogo de Copa América. É pouco, não se discute. Embora tenha marcado três gols, todos anulados, a equipe encontrou dificuldades para finalizar contra a meta de Fariñez, que atua no Millonarios, da Colômbia. Aos 21 anos e com 1,81 metro, o “baixinho” foi responsável direto pelo empate por 0 a 0 contra o Peru, na 1ª rodada. Fez quatro defesas difíceis e saiu da Arena do Grêmio como herói da partida. A Venezuela ainda não marcou gol na Copa América, mas graças a Fariñez chegará à 3ª rodada com razoáveis chances de classificação. O grande problema é que Fariñez trabalhou muito mais contra os peruanos do que diante dos brasileiros. Em Salvador, fez apenas uma defesa, ao espalmar chute de Richarlison da entrada da área. Esse dado sinaliza que o Brasil sofreu mesmo foi com a retranca adversária. Ao contrário do que ocorreu na estreia, Fariñez não foi o cara da partida. O que garantiu mais um pontinho para os venezuelanos foi a eficiência de seu sistema de marcação. Fica claro que a Venezuela — durante décadas um saco de pancadas do continente — já aprendeu a se defender. E ter um goleiro que está no radar de clubes como Benfica e Barcelona mostra que sua evolução foi notória. Mas isso não justifica a atuação ruim do Brasil. Com domínio total da partida, o time poderia até ter tropeçado, mas deveria ter finalizado bem mais a gol. Apesar das críticas e das vaias, a Seleção segue como favorita ao título. Mas nos confrontos eliminatórios vai enfrentar adversários mais fortes e agressivos. Dificilmente conseguirá ficar tanto tempo com a bola como aconteceu na terça-feira. O ataque terá que ser mais eficiente, mas sem ter a oportunidade de passar quase o tempo todo perto da área inimiga. E o que Tite precisa fazer para que isso aconteça? O primeiro passo deve ser escalar os melhores. Éverton entrou bem nas duas partidas, com personalidade para tentar jogadas individuais que resultaram em gol ou chances claras. Merece uma oportunidade como titular. Outra preocupação deve ser fazer pequenos ajustes para que Firmino e Neres consigam render mais. Ambos estão bem abaixo do que mostram na Europa. Isso é normal (na Argentina, Aguero não lembra nem de longe o artilheiro que brilha no City), mas o Brasil dificilmente será campeão se continuar com dois ou três atacantes com atuações medianas. As vaias foram merecidas, mas o Brasil segue como candidato ao título. Está claro, porém, que para alcançar esse objetivo terá que evoluir.

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