CARLO CARCANI

O Barça e o Boca

Carlo Carcani
30/04/2013 às 21:42.
Atualizado em 25/04/2022 às 18:07

Dois gigantes do futebol mundial vão jogar em seus lendários estádios nesta quarta-feira diante de adversários que prometem incomodá-los bastante nos próximos anos.

À tarde, o Camp Nou será palco de Barcelona x Bayern, confronto imprevisível por natureza. O desta quarta, particularmente, é ainda mais imprevisível em virtude do massacre de Munique, na semana passada.

O Barcelona não está acostumado a passar vexames como esse. Devolver o placar de 4 a 0 a um adversário tão forte é quase impossível, mas é certo que os catalães vão lutar por isso do primeiro ao último minuto. O Real fez a mesma coisa nesta terça-feira. Precisava de um placar menor (3 x 0), contra um Borussia Dortmund que é inferior ao Bayern. Fez dois gols no final e pressionou, mas parou na semi mais uma vez.

É muito difícil que o Barcelona escape da eliminação. Pode ser que vença, mas sem a goleada necessária. Pode ser que, ao se expor em busca de gols, amargue nova derrota. Mas, mesmo com chances remotas, ninguém pode dizer que o time de Messi é carta fora do baralho. O Bayern tem tudo para avançar nesta quarta e também dominar a Europa nas próximas temporadas. Mas o Barça seguirá sendo um adversário fortíssimo.

No caso do Boca Juniors, a situação é diferente. Nesta quarta, mesmo no La Bombonera, o tradicional time argentino não é favorito diante do cada vez mais competitivo Corinthians.

Os clubes argentinos sofrem não apenas com a crise econômica, mas também com o fato de o campeonato local ser transmitido pela TV estatal. Enquanto o Corinthians conta com uma milionária cota da Globo e outras generosas fontes de recursos, o Boca não tem mais como montar elencos fortes. Os melhores jogadores argentinos rapidamente deixam o país, em busca de melhores contratos na Europa, no mundo árabe e no Brasil.

Assim, o Boca — que não vence há dez partidas — tem que se contentar com o retorno de Riquelme, meia de muito talento, mas que ficou quase dois anos parado. Nesta terça, ele lembrou que o Boca tem seis títulos da Libertadores, contra apenas um do Corinthians.

Se o cenário econômico não sofrer alterações radicais nos dois países, é bem provável que o Timão chegue ao sétimo título antes do Boca. Nos próximos dois ou três anos, é certo que o Corinthians será bem mais forte. Pela tradição e pela garra de seus jogadores, o Boca não pode ser desprezado. Mas não há tradição que seja capaz de competir com os milhões de reais dos grandes clubes brasileiros. Ao contrário do Barça de Messi, o Boca de Riquelme tende a deixar de ser protagonista no continente nas próximas temporadas.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por