Não há tanto riso, nem tanta alegria no salão de festas do futebol. Para o torcedor palmeirense, então, o Carnaval deixará cinzas muito maiores do que a maior de todas as ressacas. A saída de Barcos não teve fantasia nenhuma e a torcida alviverde vai passar os próximos dias cornetando o novo abre alas do Palestra Itália.
O novo presidente Paulo Nobre mal chegou e já teve a nobreza de estragar a festa. Não que tenha culpa pela falta de harmonia da gestão anterior. Não há alegoria que dê conta de esconder tamanho fracasso. E o pior: fora do campo de futebol, o nosso sambódromo por excelência. Por falar nisso, não dá para garantir que Barcos vai dar samba no Grêmio, se vai ou não ser mestre sala e portar a bandeira do clube gaúcho como fez com a do Palmeiras. O certo é que o argentino aprendeu no agora ex-clube que por aqui dança até aqueles que nunca caíram na folia. Barcos não abandonou o barco furado do Palmeiras.
Foi o Palmeiras que o abandonou muito antes de o Carnaval começar. A saída era mesmo sair do clube antes de entrar na avenida da discórdia, cair em descrédito ou simplesmente fracassar.
Mas o ato mais desafinado do ano até agora foi o samba-enredo nada letrado escrito pelo pai do atacante Marcelo Moreno. O jogador, envolvido na negociação com Barcos, não quer sair do Grêmio e Mauro Martins, pai e também empresário, resolveu subir no palco e cantar para quem quisesse ouvir os versos mais grosseiros dos últimos tempos.
Chamou o Palmeiras de time fracassado na tentativa de causar desinteresse no clube em tirar o seu filho de Porto Alegre. Mas ele que não se alegre, porque seu discurso já fracassou e Moreno corre o sério risco de ficar sem emprego e moral até mesmo entre os clubes da Série C — divisão que, segundo Martins, é a cara do Palmeiras.