O Guarani vive um período importante de sua temporada. Apesar de ter mais um jogo para cumprir tabela contra a Ferroviária, campeã da Série A2, o clube desde segunda-feira trabalha na formação do grupo que vai disputar a Série C a partir do dia 17 de maio. Voltar à Série B, por motivos óbvios, seria muito bom para o clube, que já vai ter que amargar a divisão de acesso estadual pelo terceiro ano seguido no início de 2016. A primeira medida da diretoria foi renovar o contrato do técnico Ademir Fonseca. Decisão acertada. O time evoluiu desde sua contratação e esteve muito perto de chegar à rodada final ainda com chances de acesso. Além disso, Ademir disputou a Série C no ano passado e conseguiu levar o CRB à segunda divisão do Brasileiro. Como se vê, o Bugre tinha bons motivos para manter seu treinador. Outra peça muito importante para o clube este ano foi o atacante Nunes. Artilheiro da Série A2 de 2014 pelo Santo André e artilheiro do Guarani em 2015 com 7 gols, o camisa 9 é um dos jogadores mais caros do elenco. Como precisa reduzir a folha de pagamento para a disputa do torneio nacional, a diretoria vai tentar renovar o contrato por um valor menor. Entendo a necessidade de enxugar a folha de pagamento. As consequências de viver sem pagar o salário de atletas e funcionários são gravíssimas, como sempre se soube. Mas nunca esses problemas foram tão evidentes no clube. Solucionar a crise como um todo é uma missão difícil, mas evitar novos processos é o passo que pode e deve ser dado daqui em diante. Portanto, adequar a despesa à receita é fundamental. Essa obrigação, porém, precisa ser interpretada com inteligência. Nunes faz gols, contribui para vitórias, é experiente e querido pela torcida. É por isso que seu salário é um dos maiores do elenco. E é por isso que qualquer esforço para mantê-lo no Brinco de Ouro por mais tempo será válido. Abrir mão de Nunes porque seu salário é alto e “reforçar” o elenco com dois ou três atacantes que não marcam gols, não decidem jogos e não contam com a confiança e a admiração do torcedor representa uma falsa economia. O Guarani precisa subir o quanto antes para ter maiores cotas de TV, arrecadar e montar times melhores para disputar competições mais importantes. Achar um 9 mais barato e tão eficiente quanto Nunes é uma forma de economizar. Deixá-lo partir e substituí-lo por um centroavante improdutivo é jogar dinheiro fora.