São 1.043 confirmações em janeiro e fevereiro, contra 310 em todo o ano passado
Ribeirão Preto registrou 702 casos de dengue no mês de fevereiro e chegou a 1.043 ocorrências confirmadas da doença considerando os dois primeiros meses de 2013.
Os números registrados atualmente já superam em 236,4% o total alcançado em todo o ano passado (310 casos). Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (15) pela Secretaria Municipal de Saúde.
O crescimento já representa um quadro de surto epidêmico na cidade para Benedito Fonseca, infectologista e professor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão. “Com números maiores do que o ano passado já quer dizer que estamos vivendo uma epidemia de dengue. Talvez não seja tão grande como ocorreu em 2010, por exemplo, mas é preocupante”, disse Fonseca, que revela que o pior ainda está por vir. “O pico de casos de dengue sempre são registrados nos meses de março e abril, então se continuar assim teremos números maiores ainda.”
Por outro lado, a Divisão Epidemiológica considera os números normais. “Os números seguem a tendência que esperávamos. Apenas 20% dos casos suspeitos estão sendo confirmados, enquanto que em épocas de epidemia essa taxa sobe para 40% ou 50%”, disse Stenio Miranda, secretário municipal da Saúde, que garante que a epidemia vivida na cidade nos anos de 2010 e 2011 não se repetirá. Naqueles anos, a cidade teve 29.637 e 23.384 casos confirmados, respectivamente.
Miranda informou ainda que os casos registrados não são dos tipos graves e que os vírus de maior predominância são do tipo 1 e 4. “Estamos convocando a população para entrar nessa guerra contra o mosquito. Cada um de nós tem que fazer a sua parte, destinando uma parte de seu tempo para a limpeza de quintais e dos locais onde o Aedes aegypti se desenvolve”, ressaltou o secretário.
DEMANDA
Os 702 pacientes com casos confirmados de dengue em fevereiro representam 1,17% dos atendimentos realizados nas Unidades Básicas Distritais de Saúde (UBDS) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). As duas unidades atenderam cerca de 60 mil pacientes em fevereiro, porém apenas 6,33% desse total foram de pacientes com suspeita de dengue.
Segundo o Instituto Corpore, que gerencia a UBDS Central, a média de atendimentos diários na unidade, que era de 380, cresceu para 500 neste ano com as suspeitas de dengue.