JOGO RÁPIDO

Novo presidente começa bem na CBF

Coluna publicada na edição de 12/4/19 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
12/04/2019 às 02:00.
Atualizado em 04/04/2022 às 10:05

Rogério Caboclo assumiu a presidência da CBF no início da semana e logo de cara fez promessas importantes. A principal delas foi que, a partir de 2020, as datas-Fifa serão respeitadas pelo calendário nacional de clubes. Assim, já no ano que vem os grandes clubes brasileiros não vão mais ter que disputar várias partidas sem os seus principais jogadores. O Santos só não foi campeão brasileiro em 2012 porque ficou sem seu maior jogador em diversas rodadas. Até o início de setembro daquele ano, o Peixe somou 14 pontos nas sete partidas em que contou com Neymar. No período em que o craque esteve a serviço da Seleção Brasileira, o Santos somou apenas 13 pontos em 16 rodadas. O aproveitamento despencou de 66,6% para apenas 27%. É evidente que atualmente nenhum clube brasileiro conta com um atleta de tamanho poder de decisão. Mesmo assim, é inadmissível que sejam obrigados a disputar partidas importantes do Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil sem suas melhores peças. Notem que os times não cedem seus craques apenas para a Seleção Brasileira. Os grandes clubes contam com vários jogadores de seleções sul-americanas. Todos esses atletas que são convocados regularmente recebem salários muito altos. Não é justo que os clubes disputem partidas oficiais desfalcados. Isso desvaloriza os campeonatos. A solução para o problema é óbvia: como a Fifa anuncia datas dos jogos das seleções com antecedência, basta não marcar rodadas nesses períodos. Na Europa, é muito fácil fazer isso. No Brasil, tudo fica mais complicado em virtude dos estaduais, que são responsáveis também pelo ridículo tempo reservado para a pré-temporada. Rogério Caboclo sabe que terá que mexer nesse ponto e já antecipou que os estaduais passarão a ter 16 datas a partir de 2020 (o Paulistão atualmente tem 18). Torço para que as federações aproveitem a chance para, nesse novo cenário, criar fórmulas atraentes para o público e justas para os clubes. No Paranaense, por exemplo, dois times serão rebaixados. O penúltimo colocado na classificação geral é o Toledo, mas em seu lugar cairá o Maringá, que tem o mesmo número de pontos e uma vitória a mais. Como foi campeão do primeiro turno, o Toledo escapou da queda e vai disputar a final com o Athletico. Como se vê, o futebol brasileiro precisa de alguns ajustes em suas competições. Muito bom que o novo presidente da CBF já chegue dando bons exemplos.

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